Luiza Perote: A Amazônia que virou sinônimo de Quiet Luxury (e ainda deu banho no ranking do Models.com)

Por Fabio LageHouse of Models

Darling Lee do céu, ano é 2025, e quem ainda acha que representatividade é modinha de trend topic claramente não entendeu nada sobre o novo mapa da moda global. A prova viva vem das margens do rio Madeira: Luiza Perote, filha do Norte profundo, foi alçada ao seleto grupo das 50 modelos mais importantes do mundo segundo o Models.com. Um feito histórico — não só pelo selo de prestígio internacional, mas porque carrega consigo uma narrativa de superação, deslocamento e, sobretudo, ressignificação de beleza geográfica.

A jovem que começou desfilando no corredor lateral da própria casa, viralizando entre dancinhas e sonhos durante a pandemia, conquistou um espaço que por décadas foi monopolizado por estéticas eurocêntricas e sotaques pasteurizados. O que começou como uma vitória no concurso Backmodel Amazônia virou um passaporte carimbado para o pódio fashion, com estreia nacional no São Paulo Fashion Week pelas mãos de Daniel Ueda e Lenny Niemeyer e uma escalada meteórica nas passarelas internacionais… é babado que vocês gostam, né…

Marc Jacobs, Burberry, Fendi, Saint Laurent, Gucci, Versace — nomes que até pouco tempo pareciam inalcançáveis para quem vem de uma cidade do interior do Amazonas se tornaram checkpoints naturais para Luiza, que quebrou recordes ao somar 29 desfiles na temporada SS25, a maior marca já registrada por uma modelo brasileira naquela edição.

O dia em que Phoebe Philo foi hackeada pela elegância cabocla

Mas o boom babadeiro chegou em 2025, quando Phoebe Philo, ícone do minimalismo cerebral e rainha do quiet luxury, enxergou em Luiza a personificação de uma elegância que não grita, mas ocupa espaço com presença e identidade. A nova campanha da grife — fotografada pela visionária Talia Chetrit, com maquiagem assinada por Mel Arter, cabelo por Claire Grech e casting curado pela expert Julia Lange — É um verdadeiro statement visual que conecta o frescor da Amazônia à sofisticação das linhas depuradas de Philo… que chiqueza, né, honey Lee?

“É uma honra imensa fazer parte da nova campanha da Phoebe Philo! Muito obrigada a toda a equipe, por esse projeto incrível e pelo dia maravilhoso que passamos juntos!” Revela Luiza.

As imagens falam por si. Em uma delas, Luiza aparece vestindo um kaftan coral com estampa orgânica, torcido à cintura com naturalidade quase instintiva, como se esculpisse a silhueta com as próprias mãos. A peça, que poderia facilmente se perder em um cenário urbano frio, ganha vida e movimento com a leveza tropical da modelo, remetendo não a um exotismo caricato, mas à força silenciosa das águas do Madeira.

Em outro clique, o foco recai sobre uma tote bag monumental — sim, daquele tamanho que caberia meio Acre dentro — carregada no ombro de Luiza como extensão natural do seu corpo esguio, mon amour… É ali que o conceito babadeiro de proporção da Phoebe dialoga com a ancestralidade do carregar, do deslocar, de quem desde cedo aprendeu que elegância também pode ser funcionalidade.

O close-up nos óculos de acetato irregular revela um jogo de texturas que ecoa a rusticidade sofisticada da floresta, transformando um simples acessório em arte-objeto. E por fim, as joias: pingentes de concha em escala maxi, metais polidos que lembram relíquias escavadas de um fundo de rio, mas reinterpretadas sob a ótica de uma sofisticação crua, honesta, sem sobrecargas visuais… Um escândalo!

Quando o silenciamento virou statement de poder: o luxo da autenticidade

A direção de beleza segue a cartilha do “makeup-no-makeup” que Phoebe consagrou nos tempos de Céline, mas com uma camada a mais de autenticidade. Sardas visíveis, cabelo colado ao couro cabeludo em wet look, lábios nude sem artifícios. A beleza de Luiza não é moldada para agradar, honey Lee, mas para reafirmar: esta é a estética do Norte, e ela não precisa de filtros para ser luxuosa.

Da passarela ao ativismo: como Luiza ressignifica o casting global

E convenhamos darling, impacto de sua entrada no Top 50 do Models.com transcende o prestígio pessoal. Representa a abertura de portas para uma nova geografia da moda, onde não basta mais ser “diversa” no discurso, mas sim incorporar essa pluralidade na prática. Luiza não carrega apenas um rostinho bonito, carrega a simbologia de uma região historicamente apagada do mapa fashion mainstream. Sua presença nas campanhas e passarelas redefine não só os padrões estéticos, mas também as rotas de acesso ao estrelato.

Phoebe Philo, que sempre trabalhou com a elegância do silêncio, encontrou em Luiza a musa perfeita para representar uma nova era do luxo: aquele que respeita origens, que valoriza o artesanal sem fetichizar, que entende que simplicidade não é sinônimo de apagamento, mas de intencionalidade.

Spoiler quente: Chanel, látex amazônico e o futuro em tom de vitória

O futuro? Promissor, para dizer o mínimo. As conversas de bastidor já sussurram sobre a possibilidade de Luiza liderar o casting do próximo Métiers d’Art da Chanel em território brasileiro — com rumores apontando para o Pará como cenário. E mais: um projeto autoral envolvendo artesãs do látex amazônico começa a ganhar forma, misturando moda, sustentabilidade e uma narrativa de pertencimento que extrapola o universo das passarelas… será?

E convenhamos, honey Lee… Luiza Perote não é mais promessa. É case de sucesso. É revolução comedida, que dispensa estridências, mas arrasta olhares e quebra estereótipos com a força de quem aprendeu a atravessar correntes desde cedo. Em tempos onde tanto se fala sobre inclusão e diversidade, a bela mostra que o verdadeiro luxo está em ocupar esses espaços com autenticidade e propósito. – Atura ou surta, bebê!

Se a moda global ainda não entendeu o recado, a House of Models avisa: o luxo agora fala português. E quem quiser acompanhar, que se apresse — porque a maré está subindo.

Foto: Evol Management
Foto: Talia Chetrit
Foto: Chanel Resort 2025