Por Fábio Lage | House of Models
Ui ui ui, darling Lee, se prepare para o rebranding do século. A Skechers, aquela que por anos foi rotulada como a marca dos “tênis de conforto”, usada por mães práticas e vovôs caminhantes de shopping, acaba de entrar para a elite dos negócios bilionários. Em maio de 2025, a gigante americana foi adquirida por US$ 9,42 bilhões pelo fundo brasileiro 3G Capital — sim, o mesmo trio lendário por trás da Ambev, Burger King e Heinz: Os lendários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.

A pergunta que não quer calar: o que essa transação muda no jogo da moda e do consumo? Spoiler: tudo.
O negócio da década ou o golpe de mestre do conforto?
Em tempos em que a moda valoriza o “ugly pretty”, o bem-estar virou status e o luxo silencioso reina nas ruas, a Skechers se torna a marca certa na hora certa. A 3G Capital enxergou isso com faro de tubarão.

Com mais de 5 mil lojas espalhadas pelo mundo, faturamento de quase US$ 9 bilhões em 2024 e um recorde de 297 milhões de pares vendidos, a Skechers ocupa hoje o pódio de terceira maior fabricante de calçados esportivos do mundo — atrás apenas de Nike e Adidas. Só que, diferente das concorrentes, a Skechers não precisou de atletas popstars ou supermodelos para alcançar esse feito. O que ela teve? Tecnologia, conforto e um DNA democrático.

Agora, com a privatização pela 3G, a empresa poderá operar longe das pressões do mercado acionário. Ou seja: mais liberdade para reinventar sua identidade, inovar sem precisar prestar contas aos investidores a cada trimestre e, talvez, virar a nova queridinha da moda silenciosa.

A estética do conforto virou tendência global
Foi-se o tempo em que beleza precisava rimar com sacrifício. Em plena era do athleisure, do wellness couture e dos “looks com cara de pijama para ir ao brunch”, a estética do conforto deixou de ser nicho e virou mainstream. O que antes era considerado “tênis de vovó” agora é “chunky sneaker”, “ugly shoe” ou simplesmente… it shoe.

Marcas como New Balance, Hoka, Crocs, e até a glorificada Birkenstock já passaram por um glow-up fashionista. A pergunta agora é: a Skechers será a próxima? E mais — será que ela já é, mas ninguém prestou atenção?

Nos últimos anos, a marca calçou nomes como Doja Cat, Britney Spears, Camila Cabello e Snoop Dogg. Lançou tecnologias como a Memory Foam, o Heel Pillow e a Hands-Free Slip-Ins. Criou linhas inteiras voltadas para performance e bem-estar. O rebranding já começou, só estava esperando uma cereja bilionária no topo.
3G Capital e o plano secreto de dominação mundial
A entrada da 3G Capital muda tudo — e você pode apostar seus slip-ons nisso. A holding brasileira tem um histórico implacável de crescimento com corte de gordura. Eles não entram em jogo para brincar: entram para multiplicar.

Mas será que o modelo de eficiência extrema da 3G casa com a fluidez criativa que o mercado de moda exige? É aí que entra o detalhe mais sedutor desse acordo: os fundadores da Skechers seguem no comando. Robert Greenberg (84 anos!) e seu filho Michael continuam à frente do show, com a benção do capital tupiniquim para fazerem o que já fazem há décadas: vender muito, com inovação, e com mais liberdade criativa do que nunca.

O Brasil, inclusive, pode ser peça-chave nesse novo ciclo: é um dos mercados mais promissores da marca e terreno fértil para expansão com foco no conforto, clima e comportamento cultural.

Futuro, tecnologia e o luxo da praticidade
Mon amour, se prepare para ver a Skechers surfar em tendências que ainda nem chegaram ao Brasil. Imagine tênis com sensores embutidos que monitoram sua saúde, calçados veganos biodegradáveis com design digno de Paris Fashion Week, ou collabs com artistas e designers disruptivos.

Se a 3G Capital decidir investir pesado em P&D (pesquisa e desenvolvimento), a Skechers pode virar referência em smart shoes — e não estamos falando de palmilha fofinha, mon amour. Estamos falando de IA, biomecânica, solado regenerativo e… por que não, tênis babadeiros que carregam seu celular?
É o momento perfeito para explorar essa fronteira entre moda, performance e tecnologia.

A reinvenção fashion já está a caminho
E se eu te dissesse que a Skechers tem potencial para virar a “next New Balance”? O visual dos modelos já flerta com a estética normcore, techwear e street funcional. Falta pouco para alguma maison ou designer autoral enxergar a potência de um bom tênis “feioso” com conforto de outro mundo.
Imagine collabs com Collina Strada, Marine Serre ou Pyer Moss. Ou, mais ousado ainda, uma Skechers + Rick Owens. A possibilidade de virar hit fashion está literalmente na sola do pé, darling Lee!

Sustentabilidade e o futuro do consumo responsável
A Skechers já flerta com sustentabilidade em suas campanhas – a linha Our Planet Matters e parcerias com a The Nature Conservancy apontam para um interesse real no tema. Mas agora, com investimento robusto da 3G, a marca tem chance de assumir protagonismo nesse campo.
Produção limpa, logística verde, embalagens recicláveis, carbono neutro… tudo isso pode (e deve!) ser parte da nova narrativa. Afinal, o consumidor quer mais do que um tênis bonito — ele quer um “pisante” com propósito.

O storytelling é o novo hype
A nova geração de consumidores quer histórias, valores, identificação. A Skechers precisa responder: quem ela quer ser nesse novo rolê do mundo?
A marca pode se tornar símbolo de acessibilidade inteligente, aliando conforto, performance, sustentabilidade e moda. Um novo tipo de luxo. Um novo tipo de influência.
E cá entre nós: a história de um empresário de 84 anos que fundou salões de beleza, vendeu perucas e depois criou um império com sapatos confortáveis… é uma campanha pronta para viralizar. Com storytelling certo, isso vira série babadeira da Netflix.

Brasil na trilha do protagonismo
Com a 3G Capital por trás, é inevitável que o Brasil ganhe mais peso estratégico dentro da Skechers. Isso pode significar: expansão de lojas físicas e e-commerce nacional, collabs com artistas e influenciadores brasileiros, desenvolvimento de linhas exclusivas para o mercado local (alô, tênis para clima tropical!), e até campanhas globais estreladas por nomes daqui.
Se jogarem com inteligência, a Skechers Brasil pode deixar de ser coadjuvante e virar protagonista mundial.

Epílogo: o luxo do real
A era do “chique desconfortável” está dando lugar ao luxo do que é real, usável e tecnológico. A Skechers tem a chance de transformar um estigma (tênis de vovó) em símbolo de autenticidade, bem-estar e futuro.
E o que a moda mais quer hoje é isso: uma marca com verdade, coragem e… um bom amortecimento no pisante!
Foto: Divulgação
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