Prada e a Revolução dos Círculos de Poder: Moda ou Matemática Fashionista?

Se você estava esperando por algo simples e descomplicado, bem, pode ir tirando o seu cavalinho da chuva (ou da passarela)! A Prada chegou com tudo no verão 2025, e nada menos do que uma verdadeira aula de geometria fashionista Imagine círculos por todos os lados de piercings a recortes – em uma mistura que só Miuccia Prada e Raf Simons poderiam orquestrar. E o cenário? Um mar de cetim azul turquesa, digno de um sonho surreal. A pergunta aqui não é “O que a Prada fez agora?”, mas sim “Como é que eu vou resistir a amar isso em breve?”. Apertem os cintos (e os brogues futuristas), porque essa viagem vai ser redonda literalmente!

Se você esperava mais do mesmo, pode dar meia-volta já, porque Miuccia Prada e seu escudeiro Raff Simons não veio brincar de modinha não honey. O desfile de verão 2025 da Prada, realizado na Fondazione Prada, em um cenário coberto com pedaços de cetim azul turquesa, foi uma aula prática de como a matemática pode, sim, ser uma arte sedutora e cheia de ousadia. Círculos, geometrias inesperadas, e recortes desconcertantes deram o tom a uma coleção que é pura revolução. Prada trouxe para a passarela o que só ela consegue: aquela combinação de alta moda com uma pitada de “o que é que está acontecendo aqui?” – e, convenhamos, todos amamos esse mix estranho.

Se Prada fosse um filme, esse desfile seria dirigido por Kubrick. A nova coleção flerta com uma estética futurista e um toque retrô, equilibrando o “quero agora” com o “eu vou amar isso depois!”. A inspiração, ao que tudo indica, vem de um desejo insaciável de romper as barreiras da silhueta feminina tradicional, reinventando o que conhecemos como sofisticação. Círculos metálicos em formato de piercings adornam vestidos e saias, como uma metáfora de rebeldia embalada em elegância. Viseiras e óculos futuristas desfilam lado a lado com brogues clássicos, criando uma narrativa visual onde elementos de diferentes períodos da marca coexistem em harmonia.

A Prada levou à passarela uma seleção de modelos que reflete a pluralidade e diversidade do mundo fashion atual. Sob a direção de casting da poderosa Ashley Brokaw, grandes nomes como Agel Akol, Ajus Samuel e Awar Odhiang desfilaram com autoridade. Modelos exclusivas como Alyosi S, Asia Zebracka, Bodine Van Galen e Charlize Van Hissenhoven trouxeram uma energia única à apresentação, enquanto Noor Khan, que ficou incumbida de abrir o desfile, a modelo Wali fechou genuinamente a apresentação da Prada, garantindo o ritmo marcante da coleção. Notadamente, desta vez não houve a participação de modelos brasileiras, uma ausência sentida, mas que também demonstra a intenção da Prada de focar em um casting mais globalizado e diversificado.

Alguém ligue para a NASA, porque as cores desse desfile claramente foram projetadas para nos levar em uma viagem interestelar. Os tons variam desde o laranja néon vibrante – que parece aludir ao uniforme icônico da série Orange Is The New Black – passando por verdes ácidos e o retorno triunfal do rosa, até o clássico cinza. A coleção brinca com a dualidade de cores saturadas e tons mais discretos, provando que a Prada sabe equilibrar o futurismo com um toque de nostalgia. Como não mencionar os tons de laranja, que já foram uma assinatura da marca no passado, e agora retornam com força total?

Lá vem a Prada redefinindo o conceito de estrutura! Esqueça as cinturas marcadas e os babados óbvios. Aqui, a silhueta é orgânica, fluida, mas com pitadas de rigidez nos pontos certos. As saias volumosas, pontuadas com recortes circulares – como janelas para uma nova dimensão – são o ponto alto, enquanto os vestidos ajustados são invadidos por recortes estratégicos que mais parecem portais. E claro, não podemos esquecer das galochas! Sim, as galochas marcaram presença e provaram que, na moda Prada, até os calçados utilitários ganham status de peça desejo.

Prada sempre foi mestre em transformar materiais em experiências sensoriais, e desta vez não foi diferente. O couro estruturado e o vinil metálico trazem um toque quase industrial às peças, enquanto tecidos mais leves e translúcidos equilibram com uma suavidade que quase flutua pela passarela. Transparências – uma tendência que também dominou outros desfiles da temporada – aparecem de forma sutil, e franjas ousadas, dignas de uma Beyoncé em sua fase Cowboy Carter, flertam com o público. Miuccia Prada e Raf Simons criaram uma sinfonia de texturas que seduzem o olhar e o tato.

Os detalhes são onde a magia acontece, e Prada foi cirúrgica em cada acabamento. Os recortes em círculo são o ponto alto – um verdadeiro manifesto de design que brinca com a simetria e a ousadia. Fechamentos assimétricos, cintos que flertam com o bondage (sem perder o glamour, claro), e sapatos pontudos que parecem prestes a decolar para outra galáxia. Os brogues, que já se tornaram um clássico da etiqueta, aparecem aqui revisitados, remetendo a coleções passadas, como o inverno de 2012 e o verão de 2011, mas sempre com uma reviravolta moderna.

Os acessórios são uma aula de styling por si só, graças à mão mágica de Olivier Rizzo, que entregou looks impecáveis na passarela. Viseiras e óculos futuristas, que remetem ao icônico modelo Butterfly de 2008, deram o tom da coleção, complementando os looks com um toque de ousadia. E não podemos esquecer dos lenços – que ganharam destaque nas redes sociais e no Rock in Rio – e agora surgem amarrados elegantemente ao pescoço. Um toque clássico que prova que até nas tendências do street style, a Prada sabe fazer seu nome.

Prada sempre esteve à frente do seu tempo, e desta vez não foi diferente. A inovação está na habilidade de transformar uma estética futurista, quase industrial, em algo totalmente usável e desejável. Os recortes ousados não são apenas conceitos; eles trazem uma nova proposta para o corpo feminino, uma que valoriza, ao mesmo tempo que desafia, os padrões convencionais. E em um mercado que está faminto por algo que quebre a monotonia do previsível, a Prada entrega com maestria.

A coleção pode parecer caótica à primeira vista – recortes, círculos, silhuetas volumosas. Mas a verdade é que tudo faz parte de um grande plano coeso, quase como uma orquestra em que cada instrumento toca sua nota perfeitamente. A variedade de estilos, desde os vestidos estruturados aos conjuntos mais descontraídos, mostra que a Prada sabe transitar por diferentes propostas sem perder a identidade.

Embora os recortes possam intimidar alguns, há uma usabilidade inegável nas peças. Saias estruturadas, casacos oversized, e até os conjuntos de alfaiataria com um twist geométrico são tão usáveis quanto qualquer item de moda de luxo. A magia da Prada está em conseguir trazer um conceito tão inovador para algo que as mulheres reais podem vestir – e, mais importante, que elas vão querer vestir.

Com essa coleção, Prada reafirma sua posição como uma das casas mais influentes no cenário global da moda. O impacto cultural vai além das passarelas, influenciando desde os looks do street style até os feeds mais hypados do Instagram. As peças, com seus elementos visuais únicos, já estão se tornando desejo de fashionistas e celebridades. No fim, a Prada é a nova musa de uma era onde a moda e a tecnologia se encontram em um universo de possibilidades.

Se você ainda não se convenceu de que a moda é uma forma de arte, a Prada acaba de te dar um tapa na cara honey – de luva de cetim, claro! Com uma coleção que desafia tudo o que pensávamos sobre recortes, silhuetas e o futuro da moda, Miuccia Prada e Raf Simons provam que não há limites para a criatividade. Primeiro odiamos, depois amamos – e quando dermos por nós, essas peças estarão nas vitrines de fast fashion ao redor do mundo. Afinal, na passarela da Prada, o futuro já chegou, e ele é deslumbrante, circulado e, acima de tudo, eterno.

O desfile, com o toque especial do badalado Guido Palau nos cabelos e a maquiagem impecável de Lynsey Alexander, demonstrou como o conceito da Prada continua a influenciar não só o guarda-roupa, mas o estilo de vida global. Mais uma vez, a marca entrega uma coleção que nos deixa perplexos à primeira vista, mas nos faz apaixonar gradualmente – um clássico exemplo do “Primeiro odiamos, depois amamos”, tão característico de Miuccia e sua equipe.

Foto: Divulgação