Linhas que cortam o silêncio: Leandro Castro estreia no SPFW com moda embalada em resíduos e volumes!

Por Fabio Lage

Mon amour do céu, respira fundo e segura esse close: Leandro Castro chegou chegando na SPFW N59 com a coleção “LINHA” e não deixou pedra sobre pedra!
Direto do Capão Redondo para o line-up mais estrelado da moda brasileira, o designer estreante cravou seu nome com alfaiataria de atitude, texturas dramáticas e um grito visual que ecoa das periferias de São Paulo às passarelas do mundo. Técnica, conceito e borogodó se entrelaçam em cada costura. É arte? É moda? É manifesto? Atura ou surta, bebê!

Leandro Castro – SPFW N59 – Foto: Ze Takahashi – @agfotosite

Formado pela Santa Marcelina, onde hoje leciona, Leandro vem da resistência: começou trabalhando apenas com sobras e saldos de fábricas. E foi justamente no lixo da indústria que encontrou seu luxo criativo. Alfaiate de formação paralela, com passagem pela Associação dos Alfaiates de São Paulo e pelo Senai em modelagem, seu trabalho carrega a precisão da tesoura aliada ao caos poético do improviso.

Leandro Castro – SPFW N59 – Foto: Ze Takahashi – @agfotosite

Na passarela, a coleção LINHA se revelou um verdadeiro manifesto de forma no espaço — como diria Kandinsky, referência direta do estilista. Roupas-labirinto feitas de resíduos de sarja, malha, viscose e até neoprene automobilístico desfilaram em silhuetas tridimensionais, camadas transparentes, pontos de crochê e texturas maximalistas que abraçam o corpo como escultura viva, darling Lee!

LeLeandro Castro – SPFW N59 – Foto: Ze Takahashi – @agfotosite

Cada look parecia saído de um ritual babadeiro entre o artesanal e o futuro. Havia vestidos de crochê de proporções dramáticas, casacos oversize que ressoavam como armaduras sensíveis, e peças com volumes orgânicos que remetem às formas livres da natureza — tudo isso costurado com a linha invisível da identidade. E mais: todos os modelos calçavam sapatos com solado laranja fluorescente — uma assinatura visual nada sutil, que amarrava o styling aguçado de Marcio Banfi com o pisão certo.

Leandro Castro – SPFW N59 – Foto: Ze Takahashi – @agfotosite

Com beleza assinada pelo expert Helder Rodrigues, o desfile contou com bocas pretas laqueadas e sobrancelhas apagadas, que transformava os modelos em entidades atemporais — criaturas de uma moda que não é só para vestir, mas para sentir. A trilha sonora? Uma marcha emocional, pulsante, que evocava ancestralidade e revolução; assinada por Diogo Simão.

Leandro Castro – SPFW N59 – Foto: Ze Takahashi – @agfotosite

Leandro Castro não chegou sozinho, honey Lee. Ele já vestiu Linn da Quebrada, Zélia Duncan e Jonathan Ferr. Mas agora, ele veste o Brasil.

Foto: Ag Fotosite