Dior Reloaded: Jonathan Anderson, o irlandês brat que trocou Loewe pela Montaigne e vai transformar o New Look em Pop Look global!

Dior, a maison que já reinventou a cintura da mulher em 1947, que já delirou com Galliano e militou com Maria Grazia, agora entrega seu altar total a Jonathan Anderson; o irlandês brat que transformou Loewe em culto global e agora promete remixar tradição francesa com ironia pop, Baudelaire com TikTok, couture com meme. É Dior reloaded, mon amour, e o Brasil, como sempre, já prepara sua entrada triunfal nesse circo couture.

Por Fábio LageHouse of Models

Dior entrega o trono total a Jonathan Anderson

Prepare o espumante porque o terremoto já está em curso. A maison Dior, esse templo de 78 anos que já foi sinônimo de cintura de vespa no pós-guerra, desfile de contos de fada com John Galliano, poesia minimal com Raf Simons e camiseta feminista com Maria Grazia Chiuri, acaba de entregar a chave do cofre e do ateliê para um irlandês insolente: Jonathan Anderson. Sim, ele mesmo, o menino de Derry que começou como ator frustrado, virou vitrinista da Prada e, em tempo recorde, fez Loewe sair do coma para bater US$ 1,5 bilhão anuais em vendas. Agora, ele é Dior total: feminino, masculino, acessórios, alta-costura, croissant da Avenue Montaigne se brincar. É poder absoluto, darling Lee de São José das Almas, coisa que nem Galliano ousou.

Do couro espanhol ao altar francês: Loewe no retrovisor, Dior no para-brisa

O passado ele já encerrou em grande estilo: Loewe agora pertence a Jack McCollough e Lazaro Hernandez, da Proenza Schouler. Anderson sai pela porta da frente, com status de milagreiro, e mergulha de cabeça em Dior sem concorrência criativa. A LVMH sabe que é risco alto, mas aposta no garoto brat que fez suéter pixelado virar desejo global. Se a maison sempre respirou tradição, agora vai aspirar ironia e narrativa cultural.

Dior, 78 anos de fantasma e glória

Christian Dior lançou o New Look em 1947 como manifesto político e estético. Depois vieram Yves Saint Laurent prodígio, Gianfranco Ferré arquiteto, John Galliano barroco, Raf Simons poeta, Maria Grazia feminista pop e Kim Jones papa do streetwear. Jonathan entra não para repetir, mas para colar todas essas eras num remix irônico. Dior sempre foi performance, mas agora será meme couture, filosofia em tecido, Lady Dior bordada com Baudelaire. Ui ui ui, preparem o close, porque o babado é certo!

Spoilers couture: Greta, Anya, Jisoo, Sabrina, Rihanna e os Beach Boys

Os previews já contaram muito. Greta Lee em Veneza num vestido híbrido, meio fantasma couture, meio sex appeal. Anya Taylor-Joy como escultura viva de cetim azul pálido, cor Bleu Dior, dobrado como origami. Jisoo do Blackpink em bubblegum couture, Sabrina Carpenter em tailleur cinza direto dos arquivos 1950, Rihanna grávida monumental virando altar pop. E no masculino, meninos de tricôs pastéis e jeans flare em editorial da POP Magazine, sob a legenda “Beach Boys/Dior”. Ou seja: Dior já não é princesa, é colagem cultural.

DNA Dior remixado em sarcasmo

Os códigos estão ali, mas remixados. O laço vira escultura exagerada, o plissado aparece torto, o volume vira bolha pop, a cartela reverencia o legado mas ganha rosa choque e amarelo ácido. É Dior citando Dior com sarcasmo, Dior rindo de si mesma, Dior como instalação de arte. Se Maria Grazia entregava feminismo didático, Anderson promete turbulência e ironia. Se Kim Jones deu ao homem Dior a virilidade hype do hip hop, Anderson troca tudo por vulnerabilidade solar: soft-boy couture com rostos andróginos e poesia pop juvenil.

Brasileira de 17 anos rouba a cena no desfile alta costura da Dior!

O Brasil em Dior: da era das 9 brasileiras ao casting narrativo

E se alguém duvidava da presença brasileira nesse novo capítulo, é melhor preparar a caipirinha couture porque o Brasil não pode ficar de fora. A Dior já foi “a casa das 9 brasileiras” na era Chiuri, com Stephane Kumm fechando desfile em Paris aos 17, Catarina Guedes se firmando como rosto fresh, Jennifer Matias e Sophia Lisboa brilhando na temporada de verão e Valentina Sampaio fazendo história como ícone global de representatividade. Mas sob Jonathan Anderson, a lógica muda: não é sobre diversidade como estatística, é sobre casting como narrativa. Ui ui ui, mon amour de Porto dos Milagres, se prepare para sonhar com brasileiras escaladas como personagens de trama; da newcomer nordestina transformada em manifesto couture até Lorena Maraschi, que pode virar close editorial com intensidade quase cinematográfica. Vale lembrar que algumas, como Samile Bermannelli, estão hoje profundamente associadas à Louis Vuitton, e Vuitton e Dior até dividem grupo, mas jamais dividem musas. O que abre espaço para uma nova geração de brasileiras híbridas, que transitam entre moda, música, cinema e internet, prontas para segurar um look couture e viralizar como divas.

Soft-boy couture tropicalizado: o masculino brasileiro na Dior

E o casting masculino brasileiro também pode entrar no radar da nova Dior… não mais o modelo ósseo e rígido das passarelas minimalistas, mas um certo ar de poesia pop que Anderson parece abraçar. Em 2009, a Dior Homme fotografada por Karl Lagerfeld já tinha um trio brasileiro: Francisco Lachowski, Reinaldo Berthoti e Thiago Santos — na campanha de outono-inverno, e no verão de 2009 o catarinense Marlon Teixeira estampava editorial e campanha. Hoje, com o mood Beach Boys/Dior, nomes como João Knorr se encaixam perfeitamente nesse romance solar, de olhar andrógino e energia editorial. Ou seja: há precedente, há pipeline e há estética alinhada. Dior masculina by Anderson pode muito bem ter sotaque brasileiro de novo.

Anderson já não divide tempo com Loewe, mas o volume de trabalho é sobre-humano: couture, masculino, feminino, acessórios, tudo em ritmo de rave digital. Couture clássica ainda é terreno novo para ele; convencer a cliente que paga €200 mil por um vestido será teste de fogo. E há a sombra da Louis Vuitton, joia de €20 bilhões do grupo: Dior tem de brilhar sem eclipsar a irmã mais velha. O risco existe, mas é justamente na corda bamba que Anderson dança melhor.

Paris, outubro 2025: manifesto couture

O que esperar em Paris? Um statement Anderson. Não princesa, mas colagem. Couture como instalação, casting global como colagem cultural, Lady Dior como meme literário, brasileiros no meio como personagens e não figurantes. Dior como espetáculo e filosofia viral. Dior reloaded.

Atura ou surta, bebê: Dior agora fala irlandês

Se der certo, Dior redefine luxo no século XXI: poesia, piada, escultura e algoritmo. Se der errado, será o crash couture mais barulhento da década. Mas uma coisa é certa, honey Lee de Chique-Chique: vai ser imperdível. Atura ou surta, bebê… a Dior agora fala irlandês, ri em inglês e fatura em euro.
Beijinhos!

Foto: Divulgação