Ela nasceu com o berço mais almofadado que a suíte do Ritz em Paris, carrega um sobrenome que faria qualquer debutante de Manhattan desmaiar e agora ocupa a cadeira mais quente do jornalismo fashion. Mas calma, querides: isso não é roteiro de comédia romântica da Netflix. É a vida real da Vogue, com direito a nepotismo couture, trono em crise e uma rainha de óculos escuros que ainda puxa as cordas nos bastidores. Respira fundo e vem comigo, porque a novela promete mais plot twist que O Diabo Veste Prada em reprise de domingo à tarde...
Por Fábio Lage – House of Models
Ui ui ui, Mortícia de shortinho na laje! Depois de quase quatro décadas reinando absoluta, titia Anna Wintour tira o salto agulha da redação americana da Vogue e coloca no colo de Chloe Malle o cargo de “head of editorial content”. Sim, mon petit de Rolândia, não é nem mais o glorioso título de editor-in-chief, é uma versão diluída, adaptada ao vocabulário da crise, que serve tanto para pagar salários menores quanto para manter Anna como deusa olímpica ditando ordens por cima. E quem é a escolhida? A filha de Candice Bergen e Louis Malle, com pedigree de Hollywood e carimbo imediato de nepo baby. O cheiro de nepotismo chegou antes da primeira reunião de pauta.
A verdade é que Chloe Malle assume um trono em chamas. O impresso já não reina, a Vogue já não dita moda como outrora, a Condé Nast sangra em cortes e demissões, e a concorrência digital está mais feroz do que nunca. É como herdar a coroa de Miss Universo depois que o concurso foi cancelado: o brilho existe, mas o palco desmoronou.

Revista de mesa de café: o paciente entubado chamado Vogue
Não é exagero dizer que a Vogue impressa virou um objeto de nicho, quase um souvenir de luxo para mesas de café. Desde 2024, a revista reduziu sua circulação para apenas dez edições anuais. Dez, mon amour! Aquela bíblia que já foi mensal agora é quase sazonal. Sim, ainda carrega números robustos, com mais de doze milhões de leitores impressos. Mas vamos combinar: em 2025, isso é resquício de um passado glorioso, não promessa de futuro. O custo de imprimir, encadernar e distribuir revistas é insustentável. A Condé Nast sabe disso e preferiu cortar páginas do que ver o caixa escorrer pelo ralo. O impresso virou relíquia, um álbum de recordação para um público nostálgico que insiste em cheirar papel enquanto o mundo inteiro já desliza o dedo no feed.

Feed voraz: Vogue disputando view com dancinha do TikTok
Se no papel a Vogue perde fôlego, no digital ela ainda faz barulho: quatorze milhões de visitantes mensais no site, quinhentos e setenta milhões de visualizações de vídeo por mês, cinquenta e sete milhões de seguidores sociais. Números de influencer megacelebridade. Mas não se engane, honey Lee de Xique-Xique: o reinado não é incontestável. O que antes era monopólio virou gladiadora no coliseu das redes.
O TikTok dita tendências mais rápido que qualquer editorial. O Instagram é uma passarela viva onde cada influencer se acha editor de moda. O Business of Fashion ocupa o espaço intelectual e analítico que a Vogue abandonou. O Highsnobiety fala direto com o jovem que nunca abriria uma revista impressa. E para completar a treta, temos a Inteligência Artificial fabricando modelos digitais, rendendo à Vogue seu próprio escândalo quando ousou usar imagens artificiais em campanhas. Resultado? Mais ranço que aplauso, mais exposed que lacração. Atura ou surta, bebê: a Vogue pode ser gigante, mas já não anda sozinha no feed.

Nepobaby pride: close certo ou ranço garantido?
E aí chegamos ao ponto mais polêmico: Chloe Malle. Filha de Candice Bergen, lenda hollywoodiana, e de Louis Malle, cineasta francês celebrado. Curriculum? Tem. Experiência em jornalismo? Também. Mas nada disso impediu a internet de gritar em coro: nepotismo. Não ajudou quando a própria Chloe se disse orgulhosa de ser nepo baby. Querides, é o mesmo que acender o pavio da bomba e ficar sorrindo no meio da explosão.
Em um momento em que a moda exige diversidade, meritocracia e narrativas que quebrem privilégios históricos, colocar uma herdeira de berço dourado no posto mais alto soa como replay de um jogo que ninguém mais quer assistir. A legitimidade editorial de Chloe nasce arranhada. Como guiar a bíblia da moda quando a sua própria história é vista como símbolo do que precisa ser desconstruído? Ui, ui, ui mon petit de Serrinha dos Pintos, esse exposed ninguém pediu, mas todo mundo compartilhou… né?!

Além do rótulo… Quem é Chloe Malle?
Mas nem só de sobrenome vive Chloe. Nascida em Nova York em 1985, filha da atriz Candice Bergen e do cineasta Louis Malle, ela cresceu entre roteiros de cinema e colunas sociais, estudou literatura comparada em Brown University e mergulhou em experiências internacionais antes de voltar ao eixo cultural de Manhattan. Iniciou sua carreira no New York Observer, passou pelo gigante New York Times e, em 2011, aterrissou na própria Vogue como social editor, cuidando de casamentos e sociedade com a destreza de quem já conhecia a nata do jet set.

Seguiu como contributing editor até 2023, quando reassumiu em definitivo no digital da Vogue, acelerando o tráfego do site e capitalizando no buzz de eventos como o Met Gala e o Vogue World. Também coapresentou o podcast The Run-Through, que virou queridinho dos fashionistas, e bancou iniciativas ousadas, como capas digitais e o polêmico “Dogue”, versão canina que viralizou no feed. Entre erros e acertos, deixou sua marca em métricas e nas estratégias digitais. Casada com Graham Albert desde 2015 e mãe de dois filhos, Chloe exibe não só pedigree de Hollywood, mas também uma experiência real de redação e produto editorial, ainda que envolta na nuvem permanente de críticas sobre privilégios herdados.

O xadrez de Anna Wintour: um close digno de cinema
E aqui a trama ganha contornos de Hollywood, mon petit de Feliz Natal. Lembra de O Diabo Veste Prada, quando Miranda Priestly pressente sua substituição por uma francesa e já arma o contra-ataque com a famosa lista de profissionais leais? Pois bem, Anna Wintour não joga para perder. Ao escolher Chloe Malle, ela não só garantiu uma sucessora com pedigree, mas também com cidadania americana e francesa. É um xeque-mate silencioso: uma editora que pode dialogar tanto com o pragmatismo yankee quanto com a sofisticação cerebral de Paris. É a ponte que mantém a Vogue com um pé em Manhattan e outro na Rive Gauche, um close estratégico que transforma nepotismo em cosmopolitismo calculado. Até na escolha de herdeira, Anna prova que não deixa nada ao acaso… Que babado!

A mansão da Condé caiu: layoffs, sangue e o fantasma de Wintour…
Se a Vogue é a joia, a Condé Nast é o cofre que não para de vazar. Em 2023, cortou cinco por cento da força de trabalho, mandando cerca de trezentas pessoas para a rua. Em 2024, assassinou simbolicamente o Pitchfork, incorporando-o à revista GQ e demitindo críticos renomados. O sindicato chamou de massacre, os fãs chamaram de traição. O recado é claro: a Condé Nast já não consegue sustentar seu império editorial.
O modelo de negócio está corroído. A publicidade tradicional minguou, os anunciantes de luxo preferem investir em campanhas próprias e creators do Instagram. A aposta virou assinaturas digitais e eventos, mas até agora os números não pagam as dívidas históricas. E no meio disso tudo, Anna Wintour segue reinando como diretora global, acumulando cargos e mantendo poder absoluto. Chloe assume, mas quem manda de verdade continua sendo a mesma rainha de óculos escuros… That’s all!

Ui, cadê o futuro? Spoiler: tá preso no feed
Baby, o cenário é cruel e cristalino. O impresso virou artigo de colecionador. O digital ferve, mas a Vogue não reina sozinha. O nepotismo grita mais alto que os editoriais. A Condé Nast corta cabeças enquanto finge apostar em inovação. Chloe Malle, a herdeira assumida, ocupa um cargo que já nasceu desvalorizado… seria mais fantoche do que protagonista?
As perguntas que pairam no ar são simples: a Vogue ainda dita moda ou apenas reage ao caos das redes? Enquanto dancinhas ditam estética global e musas digitais aparecem no clique de um prompt, a duvida não é sobre Chloe Malle, mas sobre a própria Vogue: será que ainda é protagonista ou virou coadjuvante no desfile infinito do algoritmo?

Ui ui ui, darling Lee de São Miguel do Gostoso… o babado é forte! Estamos testemunhando uma transição que é, ao mesmo tempo, histórica e melancólica. A sucessão de Anna Wintour por Chloe Malle é a radiografia de uma era em que a Vogue precisa provar todos os dias que ainda merece ser a Vogue.
Deus me free, mas quem me dera: o título continua poderoso, mas a coroa está pesada. E a nova rainha já entra em cena com os pés atolados no ranço do público, a sombra de Wintour e o desafio impossível de salvar uma revista que já não é dona da narrativa cultural.

Atura ou surta, bebê: a Vogue não morreu, mas anda respirando por aparelhos no desfile infinito do feed.
Beijinhos; that’s all!
Foto: Reprodução – Vogue
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