Mika Santos: do cheiro de laranja de Boquim ao perfume de luxo da Via Gesù – a saga da sergipana que virou a joia rara de Donatella Versace!

Do calor doce do interior de Sergipe à efervescência das passarelas de Milão e Paris, Mika Santos viveu o auge da era Donatella Versace, testemunhou a compra bilionária da maison pelo grupo Prada e agora carrega no currículo uma lista de grifes e editoriais de dar inveja a qualquer supermodel. Uma trajetória que mistura disciplina de atleta, alma de artista e discurso afiado… e que prova, mon petit, que a gente pode mudar a própria história com salto 12 e olhar firme.

Por Fabio LageHouse of Models

Honey Lee de Sergipe, e você acha que para chegar na front row da moda mundial é preciso nascer em Nova York ou Milão, é porque nunca ouviu o barulho que vem de Boquim, Sergipe; terra de doce de laranja, calor que abraça e, agora, capital simbólica de um dos maiores upgrades fashion da década: Mika Santos.
Com 25 anos, a modelo é a personificação daquele ditado nordestino: “pau que nasce torto também desfila na Versace — e desfila como ninguém. Atura ou surta, bebê!

O clique que mudou tudo — e nem foi de fotógrafo famoso

O destino de Mika mudou quando o agente Bruno Vicente, da Síntese Management, viu suas fotos nas redes sociais. Não foi scouting em festa chique, não teve teste no Leblon. Foi o bom e velho talento orgânico, descoberto no feed como quem encontra ouro no quintal. Aos 18 anos, Mika saiu de Boquim com um sonho na mala e uma certeza na alma: o mundo ia ouvir seu nome.

“Quero ser referência para meninas pretas, reforçar que a gente pode chegar onde quiser. A gente pode mudar nossa própria história.”

E ouviu bem alto, darling de Feliz Deserto. Em 2023, ela estreia na passarela mais temida e desejada da temporada; a badalada Versace. Não como coadjuvante, mas como a única brasileira do casting. O tipo de conquista que, no passaporte fashion, vem carimbada com “VIP”.

Do ouro no look ao ouro no currículo

Logo depois do desfile, Donatella Versace não só aprovou, como promoveu: Mika Santos estrelou campanha fotografada pela célebre dupla Mert Alas & Marcus Piggott, lendas vivas da moda. E aí veio o plot twist que separa as tops das neotops: ela foi convocada para ser fitting model da casa. Quatro temporadas seguidas de trabalho diário no ateliê, servindo de tela viva para Donatella moldar, cortar, drapear e transformar ideias em looks milionários.

Quem entende de moda sabe: ser fitting model não é glamour de foto — é estar no olho do furacão criativo. É ver a coleção nascer antes de todo mundo, é segurar vestido de 20 kg de bordado às 3h da manhã e ainda sorrir para o espelho. É pós-graduação no idioma silencioso da alta-costura baby. Babado é pouco!

Fim de uma era, começo de outra

Em março de 2025, o mundo recebeu a notícia: Donatella deixaria a direção criativa da Versace após quase três décadas. Um choque. A rainha se tornaria embaixadora global, e o trono passaria para Dario Vitale, vindo da chiquérrima Miu Miu. Poucas semanas depois, o plot twist corporativo: a Versace foi comprada pelo grupo Prada por US$ 1,375 bilhão, encerrando a era da Capri Holdings.
Mika viveu essa transição de dentro… respirou a Versace no auge e no rito de passagem. E cá entre nós, darling Lee de Xique-Xique, quem tem no currículo “aprendiz direta de Donatella” não pede passagem: desfila quase flutuando por cima… né amores?

Um cardápio de grifes e uma fome de mundo

Balmain, Givenchy, Dior, Issey Miyake, Rochas, Moschino, Dsquared2, Paco Rabanne, Isabel Marant. Editorial para Vogue, Marie Claire, capa da Elle sueca. Fechou resort de Carolina Herrera no Rio, brilhou na SPFW para Salinas, Lilly Sarti e Gloria Coelho. É um currículo que qualquer modelo assina chorando. – Ufa… perdi o fôlego só de ler!

E não é só presença de passarela, querinhos: Mika é imagem viva de marcas que entendem poder, presença e pele preta na moda global. Ela não entra na cena para “diversificar” o casting. Ela entra para liderar o babado.

Muito além da moda: arte, esporte e discurso afiado

Quando não está vestindo a história da moda no corpo, Mika Santos pinta… literalmente. Sua paixão pela pintura e pelos esportes não é hobby de influencer, é combustível criativo. É a forma que ela encontrou de equilibrar o mundo veloz das semanas de moda com momentos de introspecção e disciplina física.

E sim, mon petit de Anta Gorda; ela fala… e muito. “Quero ser referência para meninas pretas, reforçar que a gente pode chegar onde quiser. A gente pode mudar nossa própria história.” Não é frase de efeito para press release, é puro statement, bebê. Num universo ainda marcado por recortes coloniais e ausência de vozes negras, a bonita é megafone com salto 12.

O DNA de uma neotop

No Models.com, ela foi classificada como “Revelação da Temporada” logo na estreia internacional. Isso, no mercado, é equivalente a um Oscar de Novata do Ano. É selo que diz: “o futuro da moda vai te chamar pelo primeiro nome”.

E no caso de Mika, o futuro já está ligando. Se antes Donatella era a principal voz soprando convites, agora ela navega num mercado em ebulição pós-aquisição da gigante Prada, pronta para ocupar ainda mais vitrines, editoriais e campanhas. E convenhamos, mon petit de Não Me Toque, não é exagero dizer que a sergipana carrega a estética de uma geração e a representatividade de muitas.

Mika Santos saiu de Boquim com cheiro de laranja e chegou à Via Gesù com aroma de alta-costura. Viveu o fim de uma era Versace, coleciona grifes como quem coleciona memórias e ainda pinta o próprio futuro com pinceladas firmes.
Se o mundo é passarela, Mika não só caminha… ela redefine o caminho.

Foto: Divulgação