Por Fabio Lage – House of Models
Se você é do time que treme só de pensar em arranhar um tênis branco, respira e se prepara. O Nike Air Force 1 “Tearaway” veio justamente pra subverter essa neurose: ele nasce pra ser destruído. Isso mesmo, mon amour. Aqui, cada rasgo é um ato de lacração fashion, um grito de “eu piso e rasgo com orgulho”. Bora desembrulhar essa delícia de pisante e entender por que ele virou o queridinho dos feeds.

Pisante camaleão: como um clássico virou obra em progresso
Lançado em 2020, o AF1 “Tearaway” estreou com uma provocação deliciosa: “Tear Here”, dizia a lateral do cabedal, desafiando o dono a rasgar a superfície branca pra revelar cores escondidas. Pensa numa pisada subversiva! O resultado? Uma explosão de tons pastéis, cada par revelando sua própria personalidade — tipo aquelas figurinhas raspa-raspa dos anos 90, só que no pé. Puro suco da lacração streetwear.

O sucesso foi tão certeiro que a Nike não perdeu tempo. Vieram depois as versões Arctic Punch, Fauna Brown e até uma edição mid-top em 2022. Agora, em 2025, eles lacraram de vez com o .SWOOSH x AF1 “Dirty Triple White”, que já vem “sujo” pra você limpar e fazer aparecer o branco original. Um reverse tearaway. O conceito? Plot twist na sola, amor.

De “não toque” ao “me rasga”: a revolução do desgaste cool
Esse pisante brinca com a nossa obsessão pelo “estado de novo”. Se antes o mantra era “não pisa na pista, meu branco vai sujar”, o Tearaway diz o contrário: desgasta, rasga, esfrega na lixa do skate e arrasa. É como se cada camada oculta fosse um Easter Egg fashion — e quem revela primeiro ganha o selo de “entendedor do rolê”.
A parada ficou tão quente que no TikTok a tag #AF1Reveal virou febre. O povo quer ver couro voando, tesoura comendo solta e, claro, pisantes virando obras-primas únicas. É lacração no atacado.

O Tearaway não anda só: os manos do rasgo
O AF1 não foi o pioneiro da rasgação, vale dizer. Temos o histórico Jordan 1 x Lance Mountain (2014), que descascava a tinta preta pra revelar pares Bred e Royal. E quem esquece do bapho do Dunk SB Cactus Jack, de Travis Scott, com aquela bandana que escondia camuflado de malandro? Puro crime fashion no bom sentido.
A diferença é que o Tearaway pegou essa estética de destruição e jogou pro povão — porque todo mundo quer um pedaço dessa lacração urbana.

Rasgar também é business, viu?
E aqui entra a parte que brilha no bolso: o Tearaway chegou ao varejo por US$ 110, mas na revenda já bateu US$ 260 em sites como GOAT e StockX. No Brasil, o bicho chegou a R$ 999,99 em lojas oficiais — e se você acha caro, espera só ver o preço quando o cabedal estiver no ponto certo de “desbloqueio”. O mercado AMA um pisante com storytelling.
Detalhe sórdido: quanto mais “virgem” o cabedal, maior o valor. Mas existe o nicho dos loucos por pisantes detonados, que preferem comprar já lacrado de personalidade — afinal, é pra isso que o Tearaway nasceu, né?

E a sustentabilidade, vai bem?
Olha, a Nike fala bonito com seus programas Move to Zero e Nike Grind, reciclando milhões de toneladas de materiais. Mas quando o papo é Tearaway, rola o questionamento: será que incentivar o consumo performático — rasgar por hype — não é um tiro no pé da tal sustentabilidade?
De um lado, o argumento de prolongar a vida útil com a “segunda pele” é válido. Do outro, a cultura do FOMO (Fear of Missing Out) bota lenha nessa fogueira do consumo rápido. É luxo, é lixo, é lacração? A resposta, meu amor, tá no uso consciente — ou na próxima trend de customização.

Do unboxing ao “uncaging”
Rasgar um AF1 “Tearaway” não é vandalismo, é performance. É o luxo de transformar o desgaste em arte, de subverter o perfeccionismo do sneakerhead Nutella e mostrar que cada pisada conta. É seu jeito de dizer: “meu pisante é minha narrativa, bebê”.

A moral da história? Se joga sem medo. Porque no fim, o AF1 Tearaway é um statement de estilo, uma lona em branco esperando o seu rasgo de personalidade… E quem não rasga, não lacra… Atura ou surta.

Stash e o pisante que fez história: o grafite na sola do hype
Se o Tearaway é sobre rasgar pra revelar, a collab Air Force 1 Low x Stash é sobre imprimir legado na sola – literalmente. O lendário artista de grafite volta pra mais uma rodada com a Nike, trazendo um pisante que mistura nostalgia e sofisticação em partes iguais. Celebrando mais de 20 anos de parceria, Stash ressuscita seu emblemático design de 2006 em um remake que beira a lacração museológica.

O acabamento? Soft Grey e Harbor Blue com um mix de nobuck sedoso e tecidos texturizados, bordado manual de Stash na língua e palmilhas customizadas que parecem gritar: “Isso aqui é arte de rua, bebê!” O combo de Varsity Royal e Midnight Navy cria uma estética urbana-chique digna de desfile no Bronx. Pra quem não entendeu: é streetwear com diploma de luxo.

E o preço do mimo? R$ 1.199,99 no Brasil – porque lacrar no grafite nunca foi barato, mas sempre vale cada centavo quando o assunto é pisante com alma. O Air Force 1 Low x Stash não precisa se rasgar pra ser único: ele já nasceu um statement de respeito.
Foto: Nike
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