Giulia Dias, a modelo que vem empoderando mulheres com cicatrizes

“Representam a minha história e como sou forte. Eu amo as minhas cicatrizes!”, diz a modelo

Vítima de um acidente de trânsito, em 2007, quando tinha somente nove anos de idade, Giulia Dias aprendeu, desde então, a valorizar as marcas em seu corpo.

“Me fazem relembrar o propósito da vida. Eu amo as minhas cicatrizes e o que elas representam”, diz a jovem de 25 anos.

Nascida em Curitiba, Giulia foi eleita para estrelar recentemente sua primeira campanha de beleza, para a Avon. Debutou também nas passarelas da São Paulo Fashion Week, onde desfilou para a grife Sou de Algodão.

“Estreei como modelo no maior evento de moda do Brasil, a São Paulo Fashion Week. Entrar na passarela foi uma sensação única. Achei que ficaria nervosa, mas no final me vi em êxtase. Realizar esse sonho teve um significado especial. Passei a juventude imaginando que o episódio difícil teria algum propósito positivo em minha vida. Mas jamais me enxerguei ocupando esse espaço na SPFW”, diz Giulia ao site da revista Veja, em depoimento a jornalista Kelly Miyashiro.

A jovem comemora: “ver todo tipo de beleza sendo representada é algo que muda a percepção que temos de nós mesmos”, reflete.

Giulia cursa faculdade de Relações internacionais e Secretariado Executivo, além de ter trabalhado como auxiliar administrativo, mas seus traços marcantes a levaram a explorar mais caminhos.

Destaque no mercado da moda, Giulia assinou contrato com a bombada agência WAY Model, de Anderson Baumgartner, um dos principais nomes na cena fashion tupiniquim e responsável pela carreira de modelos prestigiados como Sasha Meneghel, Carol Trentini e Marlon Teixeira; desde então, Giulia vem fazendo bonito no setor.

Tirando lição positiva das cicatrizes que a adornam, Giulia busca inspirar e motivar: “Eu estava mudando de Curitiba para Florianópolis, onde vivo hoje, no carro com minha avó, que dirigia, minha irmã mais velha e meu irmão mais novo. Minha avó teve um mal súbito e batemos. Tive hemorragia interna, perdi massa muscular do abdômen, entre outras coisas que todos a bordo sofreram. Tivemos muita sorte: um médico estava passando na rodovia e correu para nos ajudar. Agradeço muito ao Dr. Alvarez e sua família. Nunca deixei minhas cicatrizes me abalarem, muito menos os comentários que ouvi sobre elas. Representam a minha história e como sou forte”, finaliza.

Foto Avon: Paulo Vainer
Foto book: Junior Becker