Não é todo dia que o universo da moda recebe uma notícia que sacode as estruturas de maneira tão dramática quanto a entrada de Sarah Burton na maison Givenchy. E olha que estamos falando de uma grife que já teve momentos de pura rebeldia e subversão sob a batuta do icônico Alexander McQueen. Pois é, caro leitor, a estilista que transformou o sombrio e audacioso mundo de McQueen em algo mais suave, mas ainda assim poderoso, agora assume as rédeas da casa francesa. E o que podemos esperar dessa nova era da Givenchy? Segura a peruca, porque vem muita coisa por aí!
Durante seus mais de 25 anos na Alexander McQueen, Burton navegou pelas águas turvas da moda dramática, sempre com a habilidade de suavizar o caos e trazer à tona uma elegância visceral. Quem mais poderia transformar blazers utilitários e botas de combate em ícones fashion, sem perder a essência punk de McQueen? E não vamos esquecer suas silhuetas de conto de fadas, com rosas gigantes de tafetá que pareciam ter saído de um sonho surrealista de Dalí.
Agora, imagine essa mesma alquimia sendo derramada sobre a Givenchy, uma grife que já respirou o luxo clássico francês, mas que nas últimas décadas flertou com a cultura pop e o streetwear. O encontro de Burton com Givenchy promete ser nada menos que explosivo. Estamos falando de uma fusão entre a tradição parisiense e a rebeldia britânica – o que, na minha humilde opinião, tem tudo para redefinir o futuro da marca.
Aqui, o destino deu aquela risadinha sarcástica que só a moda consegue oferecer. Sarah está, literalmente, seguindo os passos de seu falecido mentor, Alexander McQueen, que foi diretor criativo da Givenchy de 1996 a 2001. E, sejamos sinceros, foi um tempo de puro furacão fashion. McQueen levou a maison a um lugar que muitos jamais ousariam explorar – ou entendiam, para ser franco. Mas ele também pavimentou o caminho para designers que não têm medo de romper com o “bom gosto” e trazer uma visão única.
A era de Burton na Givenchy certamente não será uma cópia do passado, até porque ela não precisa disso. Mas é impossível não traçar paralelos entre esses dois gigantes da moda. Burton é conhecida por trazer sensibilidade e poesia ao que antes era pura tensão dramática, e esse equilíbrio entre o pragmático e o onírico será fascinante de observar. Como ela vai reinterpretar o glamour parisiense? Ah, meu caro, já podemos ver os fashionistas roendo as unhas de ansiedade.
Você sabe, a Givenchy não está exatamente em águas tranquilas nos últimos anos. Desde a saída de Riccardo Tisci, a marca tem se debatido para encontrar sua nova identidade. Clare Waight Keller trouxe ares de sofisticação e uma vibe de princesa moderna, enquanto Matthew Williams injetou um toque urbano e utilitário. O desafio para Burton? Navegar entre essas diferentes visões e criar algo que seja, ao mesmo tempo, contemporâneo e atemporal.
Como Burton vai equilibrar o glamour com o funcional? Será que vamos ver o renascimento de vestidos de gala arquitetônicos, com um toque gótico sofisticado, ao lado de peças utilitárias prontas para as ruas de Paris? Se me permite uma previsão ousada, acredito que Burton irá nos surpreender ao fundir esses universos, criando uma estética que seja tanto desejável para as ruas quanto para os tapetes vermelhos. E, convenhamos, se tem alguém capaz de fazer isso com maestria, é ela.
Com a nomeação de Alessandro Valenti como o novo CEO, parece que a Givenchy está realmente pronta para abrir um novo capítulo – e que capítulo promissor! Valenti, ex-presidente da Louis Vuitton EMEA (Europa, Oriente Médio e África), tem o know-how para posicionar a grife em um patamar elevado, enquanto Burton será o cérebro criativo por trás das coleções que vão definir essa nova fase.
Então, quer saber o que podemos esperar da Givenchy sob a batuta de Sarah Burton? Glamour repensado, utilitarismo poético e uma pitada generosa de nostalgia punk. Uma coisa é certa: essa nova era promete agitar o cenário da moda como poucas vezes vimos. E nós, meros mortais apaixonados por moda, só podemos sentar e assistir de camarote enquanto Burton escreve mais um capítulo brilhante da história da moda.
Foto: Reprodução
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