EXCLUSIVO: Pablo Morais – O Menino que Virou Verbo!

Do balé da infância ao caos das manchetes: Pablo Morais rompe o silêncio e devolve verdade à própria história… com exclusividade ao House of Models.

Por Fábio Lage House of Models

O PAÍS QUE TEM PRAZER EM CALAR QUEM SENTE DEMAIS

Honey Lee do Goiás com pequi… no Brasil, o silêncio é sentença. Quando um homem sensível resolve romper o próprio, o país inteiro se organiza para empurrá-lo de volta pra dentro da caixa; de preferência com uma etiqueta escrita “problemático”.
Pablo Morais, ator, cantor, modelo e sobrevivente de uma engrenagem que glamouriza a imagem, mas teme a verdade, decidiu falar. E quando ele fala, a indústria treme, bebê.

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Foi em uma live despretensiosa no TikTok, dessas de domingo preguiçoso, que ele ousou o que poucos têm coragem: ser honesto. Em minutos, transformou vulnerabilidade em manchete. Disse que havia sido substituído de uma novela da Rede Globo; e que o pedido partira de uma ex namorada… Bastou. No país da histeria digital, a sinceridade virou crime.

“Ninguém deve ser massacrado por falar a verdade.” – Pablo Morais

Mas antes da polêmica, antes do rótulo e muito antes do algoritmo, havia o menino. O menino que nasceu antes da hora, sobreviveu por milagre e cresceu carregando cicatrizes e a dignidade como escudo. É sobre ele… e não sobre a caricatura que fizeram… que o House of Models escreve hoje.

O NASCIMENTO QUE FOI GRITO

Pablo nasceu com seis meses de gestação, em Goiânia, depois de um episódio brutal de violência contra sua mãe. “Nasci prematuro depois de um episódio de violência contra minha mãe. Trago essa origem como um compromisso: transformar dor em postura. Como homem e artista, minha ética nasce desse começo.”

Entre o medo e o milagre, o parto foi o primeiro ato de resistência. A mãe, agredida pelo companheiro ao descobrir a gravidez do quarto filho (Pablo), sobreviveu com a bacia fraturada. Criou quatro filhos sozinha; vendendo pastéis, limpando hospitais, girando o mundo com as próprias mãos.

Pablo cresceu vendo aquela mulher levantar o sol todos os dias.

“Cresci vendo minha mãe sustentar quatro filhos. Isso me deu disciplina e lealdade. Hoje, no set ou no palco, chego preparado, cumpro o combinado e protejo meu time. Foi assim que aprendi o valor de cada oportunidade.”

E é impossível compreender o homem sem compreender essa mulher. “Se eu escrevesse minha mãe como personagem, seria uma heroína cotidiana… cabeça erguida, mãos calejadas, coração que não desiste.”

Esse sorriso; o mesmo que brilha nas telas… nasceu da dor. E foi ela quem o ensinou que dignidade não se negocia. “Valor não tem preço”, repete ele, como quem sabe que no país da pose, ser íntegro é o maior ato de rebeldia.

O MENINO QUE QUERIA SER MUITOS

O pequeno Pablo era o tipo de criança que enxergava roteiro até nas nuvens. “Assistia muitos filmes e desenhos com meu irmão mais velho, Marcos Aurélio. Já gostava de histórias e personagens e sempre quis ser alguém que via na tela.”

Curioso, inquieto e observador, aprendeu cedo que imaginar é o primeiro passo pra resistir. E quando imaginou, o mundo abriu a cortina.

ENTRE GOIÂNIA E O MUNDO

O menino da periferia cresceu, mas nunca se afastou da terra que o moldou. “Meu jeito goiano é tipo código: simplicidade, olho no olho, atenção aos detalhes. Levo isso pra tudo, mesmo depois de ter sido radicalizado pelo Rio. Mas sempre serei um pouco goiano.”

“Desde Goiânia aprendi que é preciso sempre evoluir sem esquecer a origem: de onde você veio, onde você está e onde quer chegar, com humildade e gratidão.”

Essa frase é prece. Pablo carrega Goiânia no sotaque e na alma; o oposto da pose carioca. Ele é real, imperfeito, de carne, fé e cicatriz.

“Sair da periferia de Goiânia pro Rio foi fé e coragem. Já passei por muita coisa, mas ver minha mãe orgulhosa me dá fôlego pra continuar.”
Se a arte é vocação, a sobrevivência foi método.

A DANÇA COMO REFÚGIO, O CORPO COMO MANIFESTO

Antes do cinema, havia o balé. Um menino de nove anos dançando em Goiânia enquanto o mundo ria. “Cantei rap num festival de música com meus irmãos e fiz balé clássico aos nove anos. Rolava muito bullying. Mas fiz, e me orgulho disso. Minha mãe sempre incentivou.”

Dançar quando o mundo manda parar é a síntese de Pablo Morais. Em cada movimento, ele ensaiava a resistência.
Na mesma época, mergulhou no teatro e descobriu a força da arte como abrigo. “A arte me salvou da falta de oportunidade, da violência e do silêncio. Virou ofício e missão. Salvou a minha vida… e ainda vai salvar muitas outras.”

O TEATRO COMO ESPAÇO SAGRADO

Foi no teatro que ele se entendeu como verbo. “O teatro é abrigo, espelho e trincheira — tudo junto.”
Ali, aprendeu o raro: interpretar é doer bonito.
“O teatro me ensinou o profundo do ser humano. Os grandes escritores transformaram angústias e medos em obras que nos fazem enxergar o amor, a família e o sistema de forma divina e mágica.”

No Nós do Morro, entre montanhas e metáforas, Pablo entendeu: arte é sobrevivência com estética. Cada peça representava uma espécie de cura. Cada aplauso, perdão. Ele dançava não apesar da dor, baby; mas por causa dela.

A MODA: ENTRE A LENTE E O LABIRINTO

Do palco para as passarelas, o salto parecia natural, mas não sem armadilhas.
Modelar foi uma espécie vitrine, mas Pablo é multifacetado e não se prendeu somente às passarelas.
Rostos como o dele; entre o rústico e o divino… atraem luzes, mas honey Lee da luz divina… luzes também queimam.

Ele aprendeu o jogo cedo. A câmera não o intimidava, era aliada. “Trabalho com moda há mais de dez anos. Marcas grandes me ensinaram a entender imagem como linguagem.”
O close era estudo. O clique, ensaio.
Enquanto outros vendiam ego, ele comunicava presença.
E aqui mora a diferença entre ser visto e ser lido.

A TELEVISÃO: ENTRE MITO E MACHADO

Na televisão, encontrou espelhos e espinhos. Luiz Fernando Carvalho enxergou além da beleza. Antônio Carnevale lhe confiou personagens grandes demais para um iniciante… e não é que ele deu conta‽

“Vivi Cícero em Velho Chico com Rodrigo Santoro e Júlio Andrade, e Suburbia com Fabrício Boliveira e Érica Januza. Sou grato — e corresponsável por essa confiança.”

Mas não se engane, mon amour de Xique-Xique… o mesmo sistema que aplaude também é o mesmo que cancela.
Ser intenso virou risco. Ser honesto, heresia.
A indústria que fabrica galãs não sabe lidar com homens inteiros.

A LIVE: O GRITO QUE VIROU JULGAMENTO

E convenhamos mon petit, a live não foi desabafo… foi respiração.
“Quando alguém me chama de agressivo, queria que soubesse de onde eu vim. Sou filho de uma mulher que quase morreu por causa de violência. Passei a vida inteira tentando ser o oposto disso.”

O público confundiu emoção com ameaça. Mas quem vem da periferia sabe: verdade assusta mais que grito.
“Se eu fosse agressivo, não teria sobrevivido ao que vivi. Aprendi a transformar raiva em arte.”

O House of Models ouviu sem filtro. E o que emergiu não foi um vilão que estão pintando por aí… o que ouvimos foi um homem ferido tentando sobreviver num palco que cobra sangue pra aceitar lágrimas.

ENTRE A GELADEIRA E A FÉ

E então veio o silêncio. A geladeira corporativa. Mas Pablo não é de gelo, é de fogo.
Enquanto o sistema o punia, ele fazia música.

“Musica me conforta muito. Instrumentos, frequências boas e poesia.”

Voltou às origens: o corpo, o som, a fé… essa herança forte e invisível de sua mãe.
“Ver minha mãe orgulhosa me dá mais fôlego pra continuar.”
Resiliência é o verbo que o move esse rapaz.
“Caí, levantei, aprendi… e segui para uma evolução de ser, pra poder ser um artista.”

A ARTE COMO SALVAÇÃO

Quando fala de arte, Pablo não responde: confessa:

“A arte me salvou da falta de oportunidade, da violência e do silêncio. Virou ofício e missão.”

Darling, mesmo após o massacre simbólico, ele segue.
Porque o artista não quer ser perdoado… quer ser compreendido.
E compreender Pablo Morais é entender o homem sensível sufocado por uma sociedade que confunde ternura com fraqueza.

RENASCER: O ARTISTA QUE NÃO PERTENCE AO CANCELAMENTO

Enquanto manchetes o rotulavam, ele escrevia canções.
Enquanto o mercado o congelava, ele dançava de novo.
O mesmo menino de nove anos, agora em carne adulta e espírito indomável.

Quem nasceu da dor aprende a transformar cicatriz em coreografia.
O ator virou compositor, o modelo virou autor, o menino virou verbo.
O homem que chamaram de agressivo é, na verdade, o oposto da violência: é fruto dela — e por isso jamais quis repeti-la.

O SISTEMA, A VERDADE E A PUNIÇÃO DE SENTIR

A indústria do entretenimento é um espelho rachado: premia quem finge, cancela quem sente.
E no meio do labirinto de vaidades, Pablo ousou ser humano.
E ser humano, hoje, é um ato de rebeldia.

O sistema quis calá-lo, mas esqueceu que quem vem da periferia não precisa de microfone pra ser ouvido.
O menino que viu a mãe sangrar aprendeu a nunca baixar a cabeça.
E agora, ele se levanta; não contra alguém, mas contra o mecanismo que desumaniza artistas e transforma autenticidade em ameaça.

O PENSAMENTO DO EDITOR

Como editor do House of Models, e como jornalista que acredita na potência da verdade, eu preciso dizer: por trás do artista que se vê no centro da polêmica existe um homem.
Um homem que carrega nas veias a história de uma mãe que sobreviveu à violência.
Um ator cujo profissionalismo foi colocado em xeque não por falhar, mas por incomodar.
Um criador que viu o sistema misturar picuinhas íntimas com decisões artísticas… e pagar o preço por ter dito o que todos pensam, mas poucos ousam verbalizar.

Como pode alguém que nasceu da dor… e que fez da arte o antídoto contra a violência; ser acusado de reproduzi-la?
Como pode um artista que transforma trauma em beleza ser silenciado por ter dito a verdade?

Pablo Morais é o retrato cru de um Brasil que ainda não aprendeu a lidar com homens sensíveis.
E se há uma coisa que este texto precisa afirmar é que honestidade não é defeito.
Não é vaidade.
É coragem.

“Caí, levantei, aprendi — e segui pra uma evolução de ser, pra poder ser um artista.”

E é assim que ele segue: de pé, inteiro, em constante ensaio.
Hoje, não pede aplauso. Pede escuta.
E o House of Models escuta; porque entender Pablo é entender o Brasil que a TV não mostra: o país que sangra e dança, apanha e canta, sofre e floresce.

Ui ui ui, mon amour, talvez seja isso que incomode tanto: a verdade dele não cabe nas manchetes…
Ela vive… e vive com poesia.
Atura ou escuta, bebê.
Porque aqui, a verdade não se apaga… ela reestreia com portas escancaradas.

Foto: Arquivo Pessoal – Pablo Morais

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