Brasil em Milão SS26: O Close Que Parou a Itália, Mon Amour

Milão pode até ser a capital da moda, mas quem colocou sal nesse risoto fashion foram as brasileiras. E sim, estamos atrasados, honey, mas não é qualquer atraso. É atraso de quem completou 40 anos e ainda entrega mais close que muito debutante de Fashion Week. É atraso de quem foi a São Paulo prestigiar a gravidíssima Rafa Kalimann no lançamento da Morana, invadiu a uma agência de modelos com carisma de furacão e voltou pro Rio direto pra reunião. Enquanto eu ainda respondia parabéns atrasados e revisava planilhas de orçamento, as brasileiras estavam em Milão lacrando passarelas, ocupando holofotes e transformando o mapa global da moda em território nacional.

Por Fabio LageHouse of Models

Alana Silvapara Diesel SS26

Elas Não Desfilaram. Elas Aconteceram.

O mundo ainda acha que modelo brasileira vem só pra enfeitar passarela. Pobres mortais. Em Milão SS26, elas mostraram quem dita o compasso. Alana Silva deixou a Diesel com cara de fim de mundo sensual com sotaque mineiro. Amanda Oliveira transformou Moschino em novela fashion, onde cada passo era uma reviravolta e cada olhar uma cena final digna de slow motion. Nossa aposta e musa Ana Beatriz Cortes foi simplesmente onipresente. Ferretti, Blumarine, Etro, Max Mara, Missoni e Cavalli. Uma turnê digna de popstar, só que com salto agulha e olhar letal… babadeira!

Anick Chan para Bottega Veneta SS26

Ana Clara Falconi flutuou entre Ferretti, Blumarine e Jil Sander com a leveza de quem sabe que editorial bom começa no andar. Ana Elisa Brito transitou entre Diesel e Margiela como quem muda de idioma sem sotaque. E então veio ela. Anick Chan. Nordestina. Cearense. Estreante na Bottega Veneta. Solares nascida no Brasil, vestindo o luxo italiano com a mesma naturalidade de quem cruza o centrinho de Fortaleza no fim da tarde. Enquanto Julianne Moore e os meninos do Stray Kids piscavam nas câmeras da primeira fila, Anick simplesmente escreveu seu nome no mapa global da moda.

Atura ou surta, bebê!

Liya Santos para Dolce & Gabbana SS26

Liya Santos – O Brasil Desfilando com Nome e Sobrenome no Centro do Mundo

Milão já foi tomada por muitas brasileiras ao longo da história da moda, mas tem algo de diferente quando Liya Santos pisa naquela passarela branca e congelada no tempo como um altar de desejo fashion. Não há hesitação, não há performance forçada, não há truque de câmera. Há presença. Uma presença que preenche o espaço com naturalidade e transforma cada clique de fotógrafo em testamento, honey Lee!

Liya Santos para Alberta Ferretti SS26

Representada no Brasil por Elian Gallardo, Liya brilhou na Alberta Ferretti, e foi como assistir a uma poesia sendo costurada no ar. Os tecidos esvoaçantes que já são marca registrada da maison encontraram em Liya uma extensão viva. O olhar calmo, o andar firme e a elegância quase coreografada fizeram com que aquele momento ganhasse uma camada de profundidade rara. Não era só uma modelo tupiniquim atravessando a passarela, bebê, era uma atmosfera sendo criada em torno dela… Tá bom para você?

Detalhe do Look de Liya Santos para Dolce & Gabbana SS26

Na Dolce & Gabbana, o cenário mudou completamente. A delicadeza de Ferretti deu lugar a um espetáculo sensual que só a dupla siciliana sabe orquestrar. Foi no meio desse show de excessos e brilhos que Liya Santos reafirmou sua força com um look azul oversized de proporções generosas e atitude milimétrica. A cada passo, havia ritmo. A cada respiração, havia domínio de cena. Os olhares se voltaram, as lentes ajustaram foco, e Milão entendeu que havia ali uma estrela que não se contenta em estar, mas quer marcar… de abalar Bangu e adjacências!

Liya Santos para Giuseppe di Morabito SS26

E então veio Giuseppe di Morabito, onde o requinte se mistura com uma sensualidade arquitetada em detalhes milimétricos. A marca, conhecida por explorar um glamour moderno e poderoso, encontrou em Liya a tradução perfeita de sua narrativa estética. Não houve competição com o look. Houve sinergia. Ela caminhou com um magnetismo sereno, daquele tipo que não grita, mas comanda. É a beleza que não implora atenção, ela a recebe naturalmente.

Três desfiles de peso, três atmosferas distintas e uma única constante: a capacidade de Liya Santos de transformar o espaço. Isso é raro. E é exatamente esse tipo de raridade que faz uma carreira crescer de forma sólida. Enquanto muitas passam, Liya fica. Enquanto algumas desfilam, ela constrói narrativa. Enquanto números são contados em planilhas de EMV e MIV, Liya escreve capítulos inteiros na história viva da passarela milanesa.

Há quem ache que presença seja uma questão de styling. Ingenuidade pura. Presença vem da alma. Vem do timing perfeito entre o que se é e o que se mostra. Liya Santos possui isso em abundância. E é por isso que seu nome começa a circular entre olhares atentos, stylists influentes, editores inquietos e diretores de casting que não dormem no ponto.

O Brasil não está apenas exportando rostos. Está exportando força, complexidade, magnetismo e narrativa. Liya entra, e Milão silencia. Não porque não haja mais nada para dizer, mas porque já foi dito tudo sem precisar de palavras. Esse é o tipo de nome que muda o jogo. E Milão, que já viu muita coisa passar por aquelas passarelas, sabe reconhecer quando um nome chega para ficar.

Lara Menezes para Bottega Veneta SS26

Gucci Gritou, Bottega Sussurrou e Prada Fez o Mundo Ouvir o Silêncio

Enquanto as brasileiras entregavam emoção, Milão contava cifras. A Launchmetrics abriu o jogo com seu Spring/Summer 2026 Fashion Week Data & Insights, e os números confirmaram aquilo que todo feed já sabia. Gucci explodiu o share of voice digital com 38,54%. Bottega Veneta veio na cola com 18,03%. Max Mara completou o pódio com 13,9%. Prada, Gucci e Bottega comandaram a sinfonia midiática, cada uma com uma orquestra diferente.

A Gucci de Demna encenou um filme chamado The Tiger, dirigido por Spike Jonze e Halina Reijn, estrelado por Demi Moore e Elliot Page. Honey Lee da Silva, não foi desfile, foi cinema ao vivo. E no meio dessa megaprodução, brasileiras roubando plano, atravessando câmera e entregando presença.

Bottega Veneta, sob Louise Trotter, escolheu o oposto. Um desfile sussurrado, de luxo artesanal, daqueles que falam baixinho e fazem todo mundo calar. Entre Julianne Moore, Uma Thurman e a febre K-pop, Anick Chan brilhou. E esse brilho é o tipo de coisa que relatório nenhum explica.

Prada continuou jogando xadrez enquanto todo mundo jogava dominó. Minimalismo barulhento. Silêncio com cotação alta. A marca manteve o topo do MIV com mais de 45 milhões de dólares em mídia espontânea. Prada não precisa gritar. Prada respira, e a imprensa inteira entra em colapso fashion.

Sheila Bawar para Dolce & Gabbana SS26

Glamour Tem CNPJ: O Dinheiro Que Faz a Moda Rodar

Milão não é só estética, honey. É economia girando com salto agulha. Segundo o Milan Fashion Cluster, a semana feminina movimenta até 80 milhões de euros em receita direta para a cidade. É hotel, restaurante, transporte, champanhe e selfie com flash. O governo italiano injeta 250 milhões de euros em incentivos para a moda. Mon petit de Xique-Xique, isso não é desfiles. Isso é PIB babadeiro.

Enquanto o Vale do Silício discute inteligência artificial, Milão aposta na inteligência artesanal. A CNMI, em parceria com a ONU, entregou os Sustainable Fashion Awards 2025. Foi lá que artesanato, diversidade e discurso climático dividiram a mesma passarela. E foi lá também que Giorgio Armani recebeu seu tributo póstumo. Um momento histórico, baby.

E no meio disso tudo, as brasileiras. Conectando emoção e algoritmo, beleza e potência, gingado e estratégia. Elas não estavam de passagem. Elas eram o acontecimento, o corpo, o catwalk e borogodó tupiniquim.

Luiza Perote para Moschino SS26

O Brasil Não Foi Convidado. O Brasil Chegou.

O que essas mulheres carregam não se aprende em casting call. É borogodó. É olhar que fala mais que release, é corpo que dança mesmo quando está parado, é presença que rasga o silêncio. Foi assim que Gisele virou verbo e é assim que essa nova geração está virando movimento.

O Brasil não pediu espaço em Milão. O Brasil ocupou. E quem estava lá viu. A energia que Ana Beatriz, Anick e companhia levaram para a passarela é a prova viva de que o carisma continua sendo o ativo mais valioso da moda. Os italianos medem EMV e share of voice. Nós medimos borogodó. O que eles chamam de dado, a gente chama de feitiço, honey.

Ui ui ui, mon amour. O babado não foi só internacional. O babado foi histórico.

Carol Monteiro abriu o desfile da Missoni SS26

P.S.: Dicionário Houseriano Para Quem Finge Que Entende de Moda

Como aqui ninguém nasce sabendo, mas todo mundo sai lacrando, chegou a hora do nosso serviço público fashionista. O Dicionário Houseriano.

MIV (Media Impact Value) é a régua dourada da moda pra medir quem causou mais no feed. Cada curtida, cada compartilhamento, cada surto coletivo de fã entra na conta. É basicamente o ranking de quem mais faz a internet tremer.

EMV (Earned Media Value) é o irmão nerd do MIV. Mede o valor da mídia espontânea. Quando ninguém pagou, mas todo mundo falou. No Brasil, a gente chama isso de carisma natural.

Share of Voice é a porcentagem de voz digital. Em bom português, é quem gritou mais alto e mais bonito.

CNMI (Camera Nazionale della Moda Italiana) é o Vaticano da moda italiana. A bênção fashion sempre passa por eles.

Sustainable Fashion Awards é o momento em que a moda tenta salvar o planeta com glamour.

Launchmetrics é o FBI do marketing fashion. Eles sabem quem causou, quando causou e quanto valeu causar.

Look híbrido, físico e digital são os truques do século XXI pra quem não cabe só na primeira fila.

Minimalismo de luxo é o poder de parecer simples enquanto custa mais que um apartamento em Copacabana.

A moda ama se levar a sério. O House of Models ama rir disso tudo com um salto 12 nos pés e um espumante na mão. Glamour sem humor é tédio caro. A verdade é que Milão ferveu, e o Brasil ferveu junto.

Ana Beatriz Cortes para Roberto Cavalli SS26

E se alguém ainda duvida, basta olhar para o que aconteceu nessa temporada. Gucci gritou, Bottega sussurrou, Prada calou e o Brasil… o Brasil reinou. A seguir a lista completa com todos os models que apuramos na semana de moda de Milão, darling Lee!

Alana Silva: Diesel
Alexandre Cunha: Giorgio Armani
Amanda Oliveira: Moschino
Ana Beatriz Cortes: Alberta Ferretti, Blumarine, Etro, Max Mara, Missoni, Roberto Cavalli
Ana Clara Falconi: Alberta Ferretti, Blumarine, Etro, Jil Sander
Ana Elisa Brito: Diesel, Etro, Giuseppe di Morabito, MM6 Maison Margiela
Anick Chan: Bottega Veneta
Carol Monteiro: Blumarine, Boss, Dolce & Gabbana, Etro, Missoni (Abriu), Moschino, The Attico
Eduarda Muehlmann: Tod’s
Eliana Weirich: Antonio Marras
Gabriela Nied: Missoni, N.21, Sportmax
Gabrielly Antunes: Antonio Marras, Diesel, Genny, Luisa Spagnoli
Giovanna Lannes: KNWLS
Heloisa Marques: Dhruv Kapoor, Stella Jean
Iasmin Reis: Dolce & Gabbana, Etro, The Attico
Ingryd Marins: Stella Jean
Isadora Ribeiro: Diesel, Giuseppe di Morabito
Isa Chagas: Sportmax
Iza Dantas: Genny
Jade de Campos: Marco Rambaldi
Jadi Wegener: Etro
Jennifer Matias: Blumarine, Dolce & Gabbana, Etro, Ferrari, Missoni, Roberto Cavalli
Josefa Santos: Dolce & Gabbana, Ferrari, Max Mara, Sportmax, The Attico
Katia Andre: Giorgio Armani
Lara Menezes: Bottega Veneta, Roberto Cavalli, Tod’s
Larissa Schumacher: Emporio Armani, Giorgio Armani, KNWLS, Laura Biagiotti, Luisa Spagnoli
Lavinia de Aquino: Giuseppe di Morabito
Liya Santos: Alberta Ferretti, Dolce & Gabbana, Giuseppe di Morabito
Luiza Perote: Alberta Ferretti, Dolce & Gabbana, Ferrari, Max Mara, Missoni, Moschino, Roberto Cavalli, Sportmax, Tod’s
Maiara Silva: Laura Biagiotti, Luisa Spagnoli
Paula Soares: Blumarine, Dolce & Gabbana, Giuseppe di Morabito, The Attico
Rayane Brown: Emporio Armani, Giorgio Armani
Sheila Bawar: Alberta Ferretti, Blumarine, Dolce & Gabbana
Taís Vieira: Antonio Marras, KNWLS
Valeria Goettert: Emporio Armani, Giorgio Armani

Ui ui ui, o babado foi real… Agora vamos correr para ver quem lacrou com a cereja do bolo… Paris, mon amour!

Foto: Divulgação