O Brasil não desfilou em Paris, meu bem. Ele tomou a cidade. De Isabeli Fontana a Luiza Perote, passando por Larissa Moraes, Victoria Blecher e uma constelação de new faces babadeiras, a temporada SS26 da Paris Fashion Week foi marcada por uma invasão de salto agulha, sotaque e protagonismo brasileiro. A passarela tremeu, os castings se renderam e a França descobriu que o futuro da moda global tem CPF verde-amarelo. Atura ou surta, bebê.
Por Fabio Lage – House of Models

A Capital da Moda que Baixou a Cabeça para o Brasil
Paris não estava pronta, mon amour de Xique-Xique. Não estava. A cidade da alta costura, das croissants e dos olhares blasé de front row se curvou diante de um exército brasileiro que não entrou, honey. Desfilou. E desfilou com tanta presença que nem o ventilador de backstage da Schiaparelli deu conta de tanto cabelo esvoaçando e salto batendo forte no chão sagrado da moda. A temporada SS26 da Paris Fashion Week foi marcada por um detalhe inegável. As modelos brasileiras dominaram os castings mais cobiçados, arrancaram suspiros de diretores de casting com ego do tamanho da Torre Eiffel e deixaram claro que o Brasil não está mandando rostinhos. Está exportando histórias. Narrativas. Potência pura.

Enquanto alguns ainda acreditam que presença internacional é só uma carinha bonita piscando para a câmera, as brasileiras atravessaram o Sena com a força de quem tem repertório, raça, técnica e estilo. Paris virou palco, e o desfile foi nosso.
Isabeli Fontana e Talytha Pugliesi. As Rainhas que Não Pedem Licença
Ui ui ui. Quando Isabeli Fontana pisa na passarela, até o chão treme (Olá Gaby Amarantos, beijos, me liga, amiga). A veterana de Curitiba, que começou aos treze anos no Elite Model Look e virou um dos maiores nomes da moda mundial, apareceu poderosa no desfile da Vivienne Westwood. Uma presença que não precisa de legenda. A mulher já estrelou campanhas para Valentino, Givenchy e Versace, foi capa de tudo quanto é revista chique e, honestamente, quem ousa duvidar da longevidade de uma supermodelo dessas… está na Disney, bebê. Isabeli voltou a Paris para provar que ícones não envelhecem. Eles consolidam território.

E Talytha Pugliesi, hein? A mulher que desfilou para Christian Dior quando o Instagram ainda era ficção científica, surgiu reluzente e debochada, lembrando ao mundo que foi pioneira quando o Brasil ainda batia na porta tímido. Talytha abriu portas, segurou rojões, e hoje desfila como quem diz: “Eu avisei, darlings.” Paris se curva, ela passa e sorri no desfile da maison Marie Adam-Leenaerdt.
A Nova Geração Que Está Pegando Paris Pelo Cabelo

Luiza Perote. A Amazônia Invade a Passarela
Paris não entendeu nada quando a menina de Humaitá entrou no line-up de tudo quanto é desfile importante. Acne Studios. Chanel. Courrèges. Givenchy. Hermès. Jean Paul Gaultier. Mugler. Schiaparelli. E a lista continua como se fosse playlist de hino. Luiza Perote foi de promessa a realidade com a velocidade de um flash na primeira fila. Descoberta na Amazônia, virou rosto global da Fendi, fotografada por Steven Meisel e tratada como prioridade pelos grandes nomes. Luiza não pediu passagem. Ela passou. E deixou um rastro de glitter, casting e respeito.

Victoria Blecher. A Exclusiva da Celine
Exclusiva mundial, mon amour. Isso mesmo. A carioca Victoria Blecher chegou com 18 aninhos e já botou o pé na porta da Celine, fotografou a campanha antes mesmo de entrar na passarela e virou assunto entre os insiders. Fluente em três idiomas, filha de ex-modelos e com cara de quem vai engolir o mundo, Victoria é o tipo de new face que nasce pronta para ser fenômeno. TikTok viralizou, Paris se rendeu. E Celine disse “oui”.

Larissa Moraes. A Bahia Brilha com Luxo e Deboche
Salvador mandou e Paris recebeu. Larissa Moraes, que começou no SPFW ainda adolescente, hoje é semi-exclusiva da Louis Vuitton. Balmain, Dior, Jean Paul Gaultier e Miu Miu entraram na conta. Ela tem presença de quem carrega o dendê na alma e o luxo no olhar. E o mais bonito é que ela sabe disso. Larissa desfila com a naturalidade de quem nasceu no Pelô e decidiu que o mundo ia aprender a pronunciar Salvador direitinho.
As Estrelas em Ascensão que Estão Fazendo História

Carol Monteiro. Da Sala de Aula ao Topo do Mundo
A menina que dava aula de inglês para crianças neurodivergentes hoje pisa na passarela da Moschino abrindo o desfile. Entregando performance com didática e carisma. Carol Monteiro é a prova viva de que disciplina e talento quando se encontram… Paris que lute. Dolce & Gabbana, Louis Vuitton, Vogue, Elle e um carisma que dispensa legenda. A professora virou referência global e está só começando.

Jennifer Matias. Da Busca por um Sonho ao Spotlight da Bottega Veneta
Jennifer foi descoberta em reality, virou queridinha de casting e acabou como protagonista de campanha global da Bottega Veneta. Nessa edição babadeira da Paris Fashion Week a gata subiu a passarela de marcas como Acne Studios, Balmain, Chanel, Coperni e Magda Butrym. Ela cravou o nome dela na nova geração. A mulher tem estrela. E estrela não se discute. Se aclama, darling Lee da Silva!

Rayssa Medeiros. A Rua Virou Passarela
A mineira que transforma esquina em catwalk já tinha feito Chanel, Loewe e Dolce & Gabbana antes mesmo de Paris entender que ela era um furacão. Rayssa é aquele tipo de modelo que não desfila, performa. Virou rosto de campanha da Celine com o carisma de quem não precisa de aprovação de fashionista nenhum. Se você ainda não ouviu falar nela, darling, corre. Porque o mundo já ouviu.
Nessa temporada em Paris, a bela desfilou somente para a badalada Celine.

Gabriely Dobbins. O Brasil Indígena no Palco Global
A acreana de 18 anos descendente do povo kaxinawá entrou na passarela da Chloé e calou Paris. Sem discursos, sem firulas. Apenas beleza, força e ancestralidade em cada passo. Gabriely não está só desfilando. Ela está escrevendo um capítulo que muda a cara da moda global, honey.

Gabriela Nied. Do Sul Com Amor
Lajeado mandou representante e Paris aplaudiu. Gabriela Nied, com seu caminhar cheio de ritmo aprendido nas danças de rua, pisou forte em Balmain, Celine e Acne Studios. A menina que era fitting model virou estrela da passarela. O Sul também tem voz, meu bem… atura ou surta, bebê!
E as Outras que Não Passaram Despercebidas

Sophia Lisboa fechando Ottolinger como quem nasceu para a cena. Mauria Caetano levando Balenciaga e Saint Laurent com elegância felina. Josefa Santos marcando presença em Dries Van Noten e Loewe. Sheila Bawar poderosíssima na Casablanca. Carliane Paixão encantando a Chanel. Paula Soares, Victoria Albornoz e Bia Santos dividindo Paris com olhares que dizem tudo sem precisar abrir a boca. Elas são muitas. Elas são potentes. E elas estão transformando a capital da moda num território brasileiro temporário. Paris virou filial de casting brasileiro, bebê.

Por Trás de Cada Salto, Uma História
E é isso que diferencia o Brasil do resto. Não estamos entregando só passarela. Estamos entregando histórias que começam em aldeias indígenas, escolas públicas, salões de dança, becos, interiores esquecidos e ganham o mundo com a mesma força de um holofote no Grand Palais. As veteranas pavimentaram. As new faces invadiram. As ascensões consolidaram. E Paris teve que respirar fundo.

O nome disso não é coincidência. É domínio estratégico de casting. É talento nacional em escala global. É DNA brasileiro. E sim, mon petit, isso é só o começo. Porque se a SS26 foi um terremoto de salto agulha, imagina a próxima temporada. Vai ter gringo aprendendo a sambar no backstage, porque a passarela agora fala português.

Atura ou surta, bebê. O Brasil está mandando na moda… agora vamos encerrar essa temporada com chave de ouro na edição comemorativa dos 30 anos da São Paulo Fashion Week, bebê… É SPFW N60 que vocês querem?
Foto: Divulgação