Prada SS26 em Milão: quando o glitch vira método e o uniforme vira fetiche na moda!

Ui ui ui, querides, segurem essa: a Prada SS26 não desfilou, honey… deu tela azul com elegância. Miuccia Prada e Raf Simons decidiram que o erro… sim, aquele glitch que na vida real faz você reiniciar o modem… pode ser reprogramado em desejo de cinco dígitos. No salão forrado de um laranja tão berrante que faria inveja ao trânsito de Bangu em dia de jogo do Mengão, as roupas se tornaram filtros vivos. O cinza utilitário brilhou como prata amazônica, o tafetá arrotou neon e até o nylon, coitado, ganhou ares de gala. Prada não vende look: vende bug elevado à categoria de oráculo. Atura ou surta, bebê!

Por Fábio Lage House of Models

Prada sempre foi isso: a feiura chic como patrimônio

Lá atrás, quando o mundo ainda se engasgava com o conceito de feiura chic, Miuccia Prada já mostrava que beleza não mora no óbvio. Prada transformou nylon industrial em objeto de culto, arquitetou silhuetas que soavam tão deslocadas quanto coreto em Copacabana e tornou o uniforme… antes sinônimo de obediência; em campo de poder. De Zurique a Curicica, Prada sempre foi a casa que subverte o que parecia inofensivo, travestindo frieza intelectual de sensualidade disfarçada. É esse capital simbólico que explica porque todo new face sonha em estrear na maison: Prada não apenas lança carreiras, Prada canoniza o que parecia erro, darling Lee da Silva.

O laboratório SS26: Frankenstein couture, darling!

Chamaram de “Body of Composition”, mas poderia muito bem se chamar Prada Randomiser”; como batizou a Dazed, e com razão, honey. Camisas boxy com bolsos técnicos se enroscavam em saias Frankenstein de renda e tule, bloomers cargo brotavam como bonecas de papel saídas de Xique-Xique, slips bordados eram jogados sobre alfaiatarias cinzentas. Olivier Rizzo costurou o caos como maestro irônico, Guido Palau deixou cabelos bob com movimento nervoso… perfeitos para as fotos que explodem no Instagram, TikTok… e Lucia Pieroni limpou a pele até virar tela clínica, porque aqui o protagonista era o glitch, não o blush.

E o cenário? Ah, mon petit órfãos de Orange is the New Black; o cenário… um piso laranja espelhado que mais parecia pista de dança de forró em Martinho Campos. O reflexo saturava tudo, transformando o cinza burocrático em prata sci-fi. Prada programou condições óticas para reconfigurar percepção cromática. Deus me FREE se isso não é genialidade.

O casting: babado, mas com ranço tropical…

Ashley Brokaw entregou um casting calculado: Beauïse Genç abriu como newcomer fresca, Kathia Nseke fechou com gravidade de gala, Erin O’Connor ressurgiu como exclusive fantasmagórica, Fei Fei Sun e Maggie Rizer deram a autoridade de quem já sobreviveu a mil castings, fittings e temporadas. Julia Nobis e Mica Argañaraz serviram de ossatura fashion-core. Babado é certo, meus querides. Mas… cadê as brasileiras, mon amour? Num momento em que o digital é o novo termômetro de engajamento, não escalar newcomers do Brasil foi mais fora de tom que desfile às seis da manhã em Borrazópolis. O país que já deu Gisele, Raquel, Daiane e Carol não pode ficar de fora desse glitch. É casting sem samba, desfile sem cuíca… e tenho dito!

O código atualizado: quando glitch vira gramática

Miuccia descreveu o uniforme como proteção, Raf lembrou do pai vigia noturno; o uniforme como cuidado, não guerra. Do choque nasce a sintaxe: camisa boxy + luva de ópera, saia colada como colagem cirúrgica, trench cinza com tafetá ácido. O que parecia erro vira método, o que parecia bagunça vira gramática, honey. Prada entrega uma nova elegância, não nostálgica, mas convenhamos, é recombinada. É glitch com disciplina suíça e malícia carioca. É de abalar Bangu e adjacências!

A Disney não perdoa

Nem tudo foi lacre. Vamos deixar bem claro aqui, honey Lee Ferreira Barbosa… Alguns bloomers cargo soaram tão perdidos quanto turista em São João Nepomuceno. O discurso de sustentabilidade, que o grupo Prada adora inflar em relatórios, não atravessou a passarela: ESG ficou na Disney, e o desfile preferiu falar de longevidade silenciosa. O Randomiser é brilhante, mas glitch demais vira bug… e vamos conversar, honey… ninguém quer pagar caro em bug de luxo. Ranço detectado.

Prada e o espírito do tempo: Milão, matrix e desejo global

Enquanto Gucci se afogava em autoanálise e Armani segurava seu classicismo eterno, Prada jogava outra partida: elegância como colapso estruturado. Em plena era de incerteza econômica, a maison oferece peças-hero, como camisa boxy com gola-joia, luva longa que viraliza em reels, saia colada que balança nos carrosséis. Prada entendeu parte da gramática digital: não precisa de logo gritante, precisa de glitch replicável. Mas ao ignorar o Brasil no casting, esqueceu que trending topic não se faz só com ENHYPEN na primeira fila. Em engajamento, a Prada perdeu de 7×1 no Maracanã digital.

Glitch é o novo luxo

Ai que delicia o verão… O SS26 prova que elegância não é estabilidade, é falha administrada. Prada costurou nylon e tafetá como quem manipula linhas de código, transformou o uniforme em fetiche e o erro em luxo. A ausência de brasileiras grita como silêncio maldito, mas o recado está dado: na Prada, até o bug é método. E se Milão piscou, o mundo inteiro travou junto. Ui ui ui, o babado é certo: o glitch agora é desejo premium.
Te vejo no próximo front row… fila A para os íntimos, darling
Beijinhos!

Foto: Divulgação – Prada