O Futuro é Coletivo, o Babado é Mundial: As Modelos Brasileiras que Tomaram a NYFW SS26

Nova York, setembro de 2025. Backstage da PatBo no Spring Studios: sprays de cabelo pairam no ar como nuvem tóxica, os maquiadores gritam como pregão da B3 e uma fila de brasileiras ajeita salto como quem se prepara para exportar mais que commodity… exportar carisma, pluralidade e glamour. Lá fora, no noticiário, o governo americano discute tarifas sobre aço e alumínio; aqui dentro, o Brasil responde com a arma mais letal do seu soft power: a passarela, mon amour de Xique-Xique.

Na temporada SS26, o dado é cristalino: cerca de 28 modelos brasileiras pisaram nos 91 desfiles da NYFW, o equivalente a 0,8% do casting global. Pode parecer número tímido, mas, mon petit, é o suficiente para colocar o Brasil no pódio dos países não anglófonos com maior presença. E, cá entre nós, se o “Trump Salva Meu Pai” tarifa aço, a nossa contrapartida é desfilar pluralidade sem taxa de importação. Close também é commodity, honey Lee… e o Brasil é exportador nato.
Atura ou surta no catwalk, que esse babado é certo!

Por Fábio Lage House of Models

Gisele Bündchen para Alexander McQueen

Da Gisele mítica ao coletivo plural

Modelos Brasileiras em Destaque

Nossa Senhora do Salto Agulha que nos dê Fendi, porque nos anos 2000, o Brasil exportava mitos individuais. Gisele Bündchen como deusa do healthy sexy, Isabeli Fontana como musa dark, Carol Trentini como editorial eterno. A imprensa global caçava a “nova Gisele como se fosse um Pokémon raro. Mas a SS26 deixou claro: essa era acabou. Agora exportamos pluralidade, não caricatura.

Luiza Perote

Quase trinta brasileiras dividiram o calendário, costurando narrativas distintas. Eduarda Muehlmann encarnou a frieza cerebral da Toteme, enquanto Iasmen Reis levou frescor nordestino à Ulla Johnson. Bruna Tenório trouxe ancestralidade, Mariana Santana levou ativismo, Gabrielly Antunes a pluralidade urbana, e Luiza Perote brilhou com energia amazônica. É o Brasil como caleidoscópio: múltiplo, cambiante, impossível de rotular, darling.

Bruna Tenório

As veteranas como farol

Ui ui ui! Quando Bruna Tenório, Larissa Marchiori e Lais Ribeiro surgiram na passarela, a mensagem foi mais forte que comunicado do Banco Central, baby: longevidade é revolução. Em uma indústria que descarta modelos aos 25 como iogurte vencido, essas brasileiras provaram que supermodel não expira, se reinventa.

Lais Ribeiro

NYFW SS26: Ui ui ui! Lais Ribeiro voltou mais afiada que alfinete de costureira!

Bruna, que começou a carreira sob as bênçãos de Chanel e Givenchy, continua a ditar classe e consistência. Lais, eterna Angel da Victoria’s Secret, é o statement de que sensualidade brasileira não precisa de tradução simultânea. E convenhamos, honey Lee de Xique-Xique… elas foram faróis para uma geração que aprende que permanência também é ato político.

Eduarda Muehlmann

As newcomers como avalanche

Beatriz Martinello, Ana Beatriz Cortes, Eduarda Muehlmann: nomes frescos que não chegaram tímidos, chegaram como startup que já nasce unicórnio. Seus debuts aconteceram em marcas-chave, ocupando posições de peso… porque no xadrez da moda, o posicionamento é tão importante quanto o look, darling Lee da Silva!

Ana Beatriz Cortes

O mais impressionante é a maturidade digital. Suas redes sociais não são diários fofinhos, são portfólios de branding trabalhados com estratégia. São CEOs da própria imagem, conscientes de que na era das redes sociais, engajamento vale tanto quanto campanha global. Atura ou surta, bebê: a nova geração não pede licença, chega com contrato pronto.

Mariana Santana

Representatividade e política na passarela

Aqui não tem cota, tem discurso. Mariana Santana em Luar, Serena Marques em Willy Chavarria, Ana Elisa Brito em Anna Sui e Monse: cada aparição foi statement cirúrgico de diversidade real, não figurino multicultural para gringo aplaudir.

Ana Elisa Brito

Segura essa batata quente, bebê… de acordo com dados do fórum the Fashion Spot indicam que a NYFW já alcança 24% de modelos negras no casting; o maior índice histórico. Mas o Brasil vai além: exporta diversidade como realidade demográfica. Ainda há lacunas gritantes, sobretudo em corpos maiores e modelos indígenas, mas a SS26 mostrou que nossas vozes já chegam prontas para ocupar o vácuo que o mercado global insiste em deixar.

Paula Soares

Brasil no imaginário americano

Durante décadas, Nova York consumiu Brasil como estereótipo: caipirinha, samba, praia. Mas a SS26 trouxe outro retrato. A Amazônia de Luiza Perote, o sertão de Paula Soares, a cosmopolita Gabrielly Antunes; cada brasileira foi uma narrativa própria, desmontando a caricatura tropical.

Gabrielly Antunes

Não éramos figurino de exotismo, éramos protagonistas culturais. E isso se refletiu nas escolhas de casting: brasileiras escaladas não como adereço, mas como motor narrativo.

Economia da beleza: cachê, mercado e poder simbólico

A indústria global de modelagem movimenta cerca de US$ 3,3 bilhões em 2024, com projeção para US$ 4,3 bilhões em 2030. Dentro desse tabuleiro, o Brasil se posiciona como exportador de talento e de narrativas. Mas aqui mora a contradição: enquanto campanhas rendem cifras polpudas, os cachês de desfile em NY variam entre US$ 300 e US$ 800 por show… valores que não sustentam carreira sem suporte de agência ou contrato paralelo.

Iasmin Reis

É o paradoxo da moda, honey Lee do Espirito Santo: close rende manchete e prestígio, mas nem sempre paga boletos e aluguel no Brooklyn. Ainda assim, cada passada brasileira carrega valor simbólico que vai além do dólar. São embaixadoras culturais que traduzem Brasil em versão exportação: plural, político, irresistível.

NYFW SS26: Cinco dias para esfriar o planeta, aquecer o desejo e provar que a moda americana ainda dá checkmate no feed!

Lara Menezes

Glamour versus precarização

Se a SS26 foi avalanche de representatividade, também deixou à mostra as rachaduras. A pluralidade ainda esbarra no conservadorismo de alguns mercados. Modelos maiores e mais velhas seguem invisíveis em passarelas de elite, como se juventude fosse único selo de autenticidade.

Larissa Marchiori

Nos bastidores, burnout, distúrbios alimentares e desigualdade de oportunidades ainda corroem carreiras. O Brasil segue celeiro de talentos, mas quantas dessas trajetórias se sustentam a longo prazo? Quantas newcomers de hoje serão veteranas de amanhã como Bruna e Lais?

Jadi Wegener

O close como commodity nacional

Honey Lee da Silva Ferreira Barbosa… No fim, a NYFW SS26 foi mais que uma temporada de tendências que não vamos usar: foi ensaio de futuro. O Brasil mostrou que não é mais promessa ou exotismo, darling, é código global. Não exportamos apenas silhuetas, exportamos discurso, identidade e permanência… Atura ou surta de vez, bebê!

Backstage

Se o governo americano insiste em taxar alumínio, respondemos com a commodity mais preciosa: a beleza plural brasileira. Quando uma brasileira entra em cena, o tempo para, o mercado treme e o babado vira mundial…

Ui ui ui, queridinhos: a SS26 foi só o trailer. O longa, mon amour, é todo nosso.

Foto: Divulgação