Quem é Emily Nunes? De vendedora de chips à musa da gigante da beleza Byredo!

Na beira da Ilha de Marajó, o cheiro era de floresta molhada, peixe fresco e sonhos guardados. Em Nova York, o aroma era outro: frascos minimalistas de vidro e tampas pretas que carregam narrativas universais. Entre esses dois mundos, quem costura a ponte é Emilly Nunes, 25 anos, descendente da comunidade indígena Aruans, que saiu de vender chips de celular nas ruas de Belém para se tornar o novo rosto global da Byredo, grife sueca que transformou perfumes em culto de luxo.

Por Fábio LageHouse of Models

A narrativa da Byredo: de Estocolmo ao mundo

Honey Lee de Cachoeira do Arari; criada em 2006 pelo visionário Ben Gorham, a Byredo nasceu pequena, mas com ambição de gigante. Gorham, que trocou o basquete pela perfumaria, entendeu cedo que o luxo não era apenas sobre frascos bonitos, mas sobre histórias encapsuladas. Cada perfume é uma narrativa: Bal d’Afrique, inspirado no modernismo africano; Rose of No Man’s Land, tributo às enfermeiras da Primeira Guerra; Gypsy Water, ode à vida nômade. O minimalismo dos frascos contrasta com a intensidade das memórias.

A jogada não foi só estética, baby. Em menos de duas décadas, a Byredo deixou de ser um “niche brand” cult e virou potência global. Com a entrada da espanhola Puig em 2022, que adquiriu participação majoritária, a grife saltou de label independente para marca bilionária dentro de um conglomerado que também comanda Dries Van Noten, Paco Rabanne e Jean Paul Gaultier. Hoje, a Byredo é avaliada em mais de US$ 1 bilhão, inserida em um mercado de perfumes de nicho que já movimenta mais de US$ 5 bilhões anuais, com previsão de crescimento acelerado até 2030… é babado atrás de babado!

Alto Astral: o Brasil no centro da narrativa

Se Emilly já era o ponto de luz da campanha, a Byredo quis mais, darling: quis o Brasil inteiro pulsando em cada frame. A coleção “Alto Astral” foi fotografada pelo carioca Rafael Maura, que trouxe um olhar local para capturar a energia autêntica do país. Nada de clichê turístico ou casting importado. A ideia era deixar o Brasil falar por si, com sua potência de rua, diversidade e frescor.

Ao lado de Emilly Nunes, o modelo Matheus Lacerda dividiu os cliques, enquanto o artista de samba Duda Almeida trouxe ritmo e poesia visual. Para completar, um grupo de motociclistas locais acelerou a narrativa, simbolizando a cultura urbana e a liberdade brasileira.

A escolha por talentos e profissionais nacionais não foi coincidência, honey. Foi estratégia. A Byredo queria uma campanha que respirasse verdade cultural… e não apenas mais uma exportação de estética. O resultado é um perfume que carrega o nome de “Alto Astral”, mas que poderia muito bem ser lido como uma carta de amor ao Brasil, traduzindo seu calor, sua música, sua gente e sua vitalidade em narrativa de luxo global.

Emilly Nunes: da fila do caixa ao front row

E foi exatamente nesse momento de expansão que Emilly entrou em cena. Criada entre Belém e Marajó, com infância atravessada por simplicidade e sonhos, ela sempre improvisava desfiles de salto alto pela casa. Mas antes da moda, veio a sobrevivência: operadora de caixa em supermercado, vendedora de telefonia. Foi da rua para as passarelas, com a mesma determinação de quem sabe que não tem rede de proteção.

“Eu acompanhava desde criança desfiles de moda, calçava o salto-alto da minha mãe e desfilava pelos cômodos de casa. Eu sonhava trabalhar como modelo mas não via minha beleza ocupando esses lugares, achei que nunca poderia estar aqui. Estou muito feliz e realizando sonhos. É muito importante ver corpos indígenas em todos os espaços, representar meu povo é muito importante para termos mais visibilidade e para que mais ocupem os espaços que sonharem”, Diz Emily Nunes ao House of Models.

Quem saber mais sobre nossa top top Emily Nunes? Temos tudo aqui mon amour de Xique-Xique… vem ver quem é a gata!

O currículo não deixa dúvidas, honey Lee do front row: Diesel, Elie Saab, Philipp Plein, capas de Vogue, Harper’s Bazaar e L’Officiel, e recordes de desfiles na São Paulo Fashion Week. Cada conquista foi um passo para se tornar a musa escolhida para encarnar o novo momento da Byredo. Atura ou surta, bebê!

Luxo inclusivo ou estratégia de mercado?

Ben Gorham sempre declarou querer um “luxo mais inclusivo”. E convenhamos, mon petit de São Sebastião da Boa Vista… a escolha de Emilly não é apenas estética, né… é estratégica. Em tempos em que a moda busca uma diversidade real, colocar uma jovem indígena amazônica como rosto da campanha não é só gesto simbólico, querides; é narrativa potente. Emilly dá corpo ao discurso que a Byredo vem lapidando desde o início: transformar memórias em fragrâncias que falam com todos.

E o resultado não é só impacto visual, queridinhos; a presença de Emilly em Nova York ecoa no mercado brasileiro, o segundo maior consumidor de perfumes do mundo, atrás apenas dos EUA. É um casamento perfeito: uma modelo da Amazônia traduzindo, em escala global, o poder cultural e econômico do Brasil dentro da engrenagem do luxo. Mas cabe aqui uma provocação babadeira: a Byredo ainda não tem ponto de venda oficial no país. Com a expansão comercial garantida pelo braço poderoso da Puig, a chama do pavio tupiniquim pode acender em breve. Convenhamos, se o Brasil é o segundo mercado do planeta no segmento de fragrâncias, é apenas questão de tempo até que a grife sueca queira um pedaço generoso desse bolo aromático.

Quando a Amazônia encontra Estocolmo

Se a Byredo nasceu do cruzamento entre lembranças pessoais de Gorham e o design escandinavo, Emilly Nunes adiciona uma nova camada: ancestralidade amazônica no altar europeu do luxo. É o encontro improvável entre a floresta e o mármore minimalista, entre a tradição oral indígena e o branding global de uma empresa babadeiramente bilionária.

No lançamento em Nova York, a imagem era cristalina: uma jovem que saiu da comunidade Aruans e agora estampa vitrines internacionais. Honey Lee do céu… Não se trata apenas de perfume, mas de economia da imagem. O rosto de Emilly Nunes carrega consigo a força de um povo invisibilizado, agora posicionado no epicentro de um mercado que dita desejo e poder.

O babado que ficou no ar

A Byredo sempre disse que perfume é sobre memória. Emilly Nunes mostra que é também sobre futuro. O futuro da moda, do luxo e da representatividade. Cada borrifada agora tem cheiro de vitória amazônica.

E o babado é certo, bebê: a história que começou com chips de celular nas ruas de Belém virou o perfume da vez nas prateleiras de luxo de Estocolmo a Nova York… Dorme com esse Barulho!
Beijinhos.

Foto: Divulgação