Não é conto de fadas, mon amour. É vida real com cheiro de acarajé e flash de paparazzi. De Pirajá, em Salvador, até a passarela da Chanel em Lake Como, Iasmin Reis prova que a moda ainda sabe produzir histórias incríveis. Ui ui ui, honey Lee de Brotas, segura a peruca porque a temporada SS26 ganhou mais uma protagonista que já nasceu trending topic… atura ou surta, bebê!
Por Fábio Lage – House of Models

A garota que saiu da quebrada com salto 12
Enquanto o busão de Pirajá seguia cheio de sonhos anônimos, Iasmin estava sendo descoberta pela Home Model aos 13 anos. Nem celular 4G ela tinha direito, mas já carregava nos ossos aquele DNA de passarela que agência nenhuma fabrica. Foi lapidada na Fashion School, entre aulas de postura e olhares de aço, e logo a Bahia percebeu que tinha um trunfo escondido. A garota do bairro simples já estava pronta para atravessar oceanos.

O passaporte carimbado do hype
Quem piscou perdeu: Agenciada pela Evol Management, em menos de doze meses, Iasmin riscou do mapa uma maratona que veteranas levariam anos para conseguir. Fevereiro, Marc Jacobs em Nova York; com nossa diva Pat McGrath pintando olhos como se fossem relíquias e ela servindo andar que fez o público engolir o celular. Março, Alaïa em Paris; e a baiana cravou silhueta na maison que dita recortes como bisturi. Abril, COS em Atenas, numa pedreira de mármore, provando que o minimalismo precisa de sangue quente para não virar PowerPoint, né gata!

Mas foi 29 de abril de 2025 o “plot twist” digno de novela das nove: Chanel Cruise 2026 em Lake Como. Mon amour, a imprensa baiana gritou mais alto que o sino da Sé: a filha de Pirajá pisou de Chanel! Enquanto isso, os ricaços do lago sorriam sem entender que presenciavam história sendo feita. Ui ui ui, darling Lee de Xique-Xique, que cena!

Na passarela intimista da Ralph Lauren SS26, Iasmin Reis atravessou com um look que é pura síntese do luxo silencioso americano: camisa branca de seda leve, gola aberta até o limite do suspiro, combinada a uma saia longa patchwork em cetim acetinado, finalizada com sandália minimalista.
O decote fundo conversa com a atitude natural da brasileira: peito aberto, ombros retos, olhar de quem não pede desculpa por existir. A saia, com suas sobreposições e brilhos sutis, é quase uma metáfora de sua trajetória… pedaços costurados, texturas de luta, mas um resultado final que brilha impecável.

Corpo de top, alma de manifesto
Vamos além das medidas: 1,80m, quadril esguio, olhos castanhos. Sim, tudo perfeito na planilha de casting. Mas o que vende Iasmin é a aura. A menina não desfila, ela impõe presença. Tem a serenidade de quem vem de uma quebrada que ensina a olhar nos olhos, não baixar a cabeça. E isso, mon petit, não tem stylist que invente.

Enquanto o mundo discute diversidade como se fosse pauta de PowerPoint, a Chanel foi lá e pôs uma baiana periférica no centro de seu desfile mais idílico. Isso é imagem, é statement, é poder. Abalou Bangu!

O Brasil exporta milagre, não hype
A moda adora transformar brasileiras em commodity de luxo, mas nem todas sobrevivem ao hype. O caso de Iasmin é diferente: não é só buzz de Instagram. Ela carrega história social, relevância cultural e consistência de bookings que fariam qualquer new face europeia chorar de inveja. Chanel, Ralph Lauren, Marc Jacobs, Alaïa, COS. Ui ui ui, mon petit de Feira de Santana, isso não é currículo, é playlist de hino global.

Pirajá no mapa fashion
O que torna tudo ainda mais saboroso é o efeito simbólico. A cada passo em passarelas internacionais, Iasmin leva Pirajá junto. O bairro periférico vira legenda nas matérias, e meninas da vizinhança passam a acreditar que também podem chegar lá. Não é só moda: é geopolítica fashion, é a Bahia exportando narrativa, é o Brasil mostrando que beleza não nasce apenas em condomínio fechado.

SS26: promessa ou profecia?
Enquanto o mercado ainda a chama de “new face”, o House of Models já crava: Iasmin é profecia realizada. Não é só promessa, é já realidade. A temporada SS26 pode ser também dela; e quem duvidar vai ter que assistir de camarote enquanto a baiana desfila de exclusividade em exclusividade…

Mon amour de Xique-Xique, pode anotar: Do acarajé ao tweed, da passarela improvisada no Afro Fashion Day ao mármore de Atenas, Iasmin é a tradução do que chamamos aqui de “fenômeno houseriano”. Uma mistura de timing perfeito, história potente e atitude que não pede licença.

E quando perguntarem daqui a dez anos “quem foi a cara da SS26?”, pode responder sem medo: Iasmin Reis, a baiana que colocou a quebrada no centro da moda global. Ui ui ui, atura ou surta, bebê!
Beijinhos!
Foto: Divulgação