A VOLTA DA FILHA DO VENTO: Bárbara Valente ressurge como TIETA em desfile exclusivo da Misci — e o Brasil chora de emoção fashion!

Por Fábio LageHouse of Models

Mon amour, segura esse plot twist digno de novela das oito: Bárbara Valente voltou. E voltou como Tieta, meu bem! Foi só ela pisar na passarela com aquele andar firme, óculos escuros, vestido recortado e o corpo que fala mil línguas que a gente teve certeza — a poesia na moda ainda existe, e atende pelo nome de Misci.

MISCI – Coleção TIETA – Verão 26 – Foto @Ze_Takahashi

Não, você não leu errado. A marca de Airon Martin, que já vem encantando o Brasil (e o mundo!) com suas coleções que misturam cultura popular, ancestralidade e estética urbana, conseguiu o que parecia impossível: trazer Bárbara Valente de volta às passarelas brasileiras depois de 7 anos. Sete. E não foi qualquer comeback, não honey Lee. Foi épico, foi simbólico e foi exclusivo. Um daqueles momentos que entram direto pro hall da fama da moda nacional.

O cenário? Uma passarela banhada de areia, como se fosse o sertão revisitado por Lina Bo Bardi. Ao fundo, caixas de som gigantes, que mais pareciam paredões de som prontos pra ecoar a força de uma mulher. E quem era essa mulher? Ela mesma: Bárbara Valente, a filha do vento e do sol, a que arrasta tudo e inspira pela sua vulnerabilidade — exatamente como a personagem Tieta, de Jorge Amado, musa da coleção.

MMISCI – Coleção TIETA – Verão 26 – Foto @Ze_Takahashi

E foi nessa atmosfera que Bárbara deu vida ao look de abertura do desfile. Um vestido arquitetado em tramas de tecido amarelo queimado, com recortes amplos e costuras quase rústicas, que revelavam pele, poder e poesia. Sobre os ombros, uma capa longa em estampa marrom serpenteada, que tremulava a cada passo. Tudo isso arrematado com sapatilhas rentes ao chão e um par de óculos escuros dignos de diva solar em fuga cinematográfica. A estética era tropical, urbana, nordestina, cósmica. E absolutamente arrebatadora.

Misci- Tieta – Verão 2026 – Foto: Marcelo Soubhia – @agfotosite

Em sua rede social, a top escreveu um texto emocionado, daqueles que arrepiam até as canetinhas da redação:

“Abrir o desfile da Misci depois de 7 anos sem andar pra uma marca brasileira fez meu coração explodir de felicidade e gratidão […] Um dos desfiles mais lindos que andei com certeza. Guardarei ele na memória e no coração!”

E nós também vamos guardar, mon chéri. Não é todo dia que um momento tão potente como esse acontece na moda brasileira. A volta de Bárbara foi um rito de passagem — não só pra ela, mas pra toda uma geração que cresceu sonhando com representatividade real nas passarelas.

Mas vamos falar da Misci? Porque esse desfile foi também (ou principalmente) sobre a força dessa marca que vem se consolidando como referência estética e simbólica no país. A cada coleção, Airon Martin eleva a régua, criando narrativas visuais que não se limitam à roupa, mas que constroem discurso, identidade e emoção. E mais que isso: ele está criando um verdadeiro ecossistema de afeto, pertencimento e potência dentro da moda brasileira.

O casting da Misci é prova disso. Não só por trazer de volta Bárbara Valente, um nome consagrado internacionalmente, mas também por escalar outra gigante da indústria, Laís Ribeiro, além de uma seleção cirúrgica de new faces com potencial de explosão. A marca vem mostrando que sabe equilibrar o peso das grandes com o frescor dos novos — e mais importante: faz isso com representatividade verdadeira, e não como performance de diversidade pra gringo ver.

É por isso que a Misci começa a ocupar um lugar especial no imaginário de modelos aspirantes: hoje, desfilar para a marca virou objetivo de carreira. Um sonho possível, real, palpável. E isso, mon amour, é um feito raro. Só marcas com narrativa sólida + casting impecável + coragem artística conseguem chegar nesse patamar. E sabe quem já fez isso antes? A Prada, claro!

Sim, a comparação é justa. Em Milão, a Prada ficou conhecida por revelar talentos antes mesmo de o mundo saber quem eram. Foi ela quem deu ao mundo Daiane Conterato… que também fez parte do casting da Misci, só pra citar uma brasileira que nasceu fashionisticamente ali. E aqui, no Brasil, a Misci começa a cumprir esse papel com louvor: identifica potencial, coloca luz onde o sistema apagava e transforma seus desfiles em ritos de iniciação de carreira.

A beleza do desfile também foi uma obra à parte, assinada por Cris Biato, que trouxe uma estética fresh, solar, sem excessos — deixando a força das modelos falar mais alto. Foi um trabalho de sensibilidade, respeitando os traços, as peles, os cabelos, e realçando a identidade de cada rosto que subia à passarela.

Airon Martin, Renata Corrêa e toda a equipe de styling merecem todos os aplausos. O trabalho que fizeram nesta coleção é digno de acervo do meu closet… Olha o shade! Mas mais do que moda para ser contemplada, o que vimos ali foi moda para ser sentida. E quando moda emociona, ela cumpre seu papel.

MISCI – Coleção TIETA – Verão 26 – Foto @Ze_Takahashi

O retorno de Bárbara Valente e o desfile da Misci nos da a certeza de que a moda brasileira — quando é feita com alma, coragem e visão — pode ser tão poderosa quanto qualquer capital fashion do mundo. E mais: pode ser ancestral, visceral, tropical e política. Tudo ao mesmo tempo.

E isso, mon amour, é TIETA. É MISCI. É BRASIL Sil Sil!

Foto: Ze Takahashi – @Ze_Takahashi
Foto: Marcelo Soubhia – @agfotosite
Foto: Leca Novo – @lecanovo