Babado quente, mon amour! O circo midiático está armado mais uma vez e, adivinha só? As modelos profissionais estão sendo arrastadas para um rolo que não tem NADA a ver com a profissão. Pegue o chá de camomila, porque o ranço está garantido!

Nos últimos dias, manchetes pipocaram em portais de notícias e redes sociais sobre uma mulher que teria recebido uma quantia considerável para se envolver com um jogador de futebol. Até aí, cada um faz o que quer da vida, certo? O problema é que, em praticamente todas as matérias, a tal mulher foi rotulada como “modelo”. Ai que preguiça, né? A indignação foi instantânea, e os profissionais da moda não deixaram barato.
A confusão que irrita a indústria da moda

A repetição desse erro não é novidade, mas continua sendo um desserviço. “A mídia precisa parar de usar o termo modelo para definir garotas de programa. Não tem cabimento! É desrespeitoso com a profissão e cria uma imagem distorcida do mercado”, disparou Anderson Baumgartner, diretor da WAY Model e responsável por algumas das maiores supermodelos do Brasil.

Para quem ainda não entendeu, modelo é quem trabalha na indústria da moda, ponto final. São pessoas que constroem carreiras em editoriais, campanhas, desfiles e catálogos. Não é quem posa para uma selfie sensual e viraliza na internet. Não é quem se envolve em escândalos e fofocas. Isso nada tem a ver com a profissão de modelo, que exige esforço, disciplina e anos de dedicação.

Não é só uma questão de nome: é sobre respeito à profissão
O impacto dessa confusão não é apenas simbólico. Ele atinge diretamente a forma como a profissão de modelo é vista pela sociedade. Por décadas, a indústria da moda lutou contra estigmas e preconceitos. As modelos profissionais foram alvo de boatos, insinuações e um julgamento cruel por conta dessa associação infundada. Quem trabalha nesse meio sabe muito bem como foi difícil desconstruir essa visão distorcida.

“Em 1998, quando comecei a trabalhar com top models em São Paulo, isso era uma forma preconceituosa de taxar a profissão das modelos genuínas. Mães e meninas tinham receio do mercado da moda justamente por conta desse tipo de associação. Trabalhamos por anos para mudar essa visão, para profissionalizar a indústria e mostrar que modelo é, sim, uma profissão séria”, reforça Baumgartner.

E tem mais! Enquanto as modelos ralam para conseguir uma carreira internacional – enfrentando castings, viajando para países onde não falam o idioma, ouvindo “nãos” até conseguirem um “sim” –, a mídia segue banalizando essa trajetória ao chamar qualquer pessoa de modelo. Quer chamar a mulher de garota de programa? Tudo bem, essa é a profissão dela e deve ser respeitada. Mas usar o termo modelo de forma indevida não dá!

Cadê o jornalismo sério?
O mais absurdo disso tudo é a preguiça jornalística que alimenta essa confusão. Ser jornalista exige precisão, apuração e compromisso com a verdade. E, sinceramente? Não é difícil fazer essa distinção. Ou alguém chamaria um médico de advogado? Um engenheiro de bailarino? Então, por que insistem em confundir modelo com garota de programa?

A profissão de modelo tem um papel importante na economia criativa e movimenta bilhões no mundo todo. Ela é uma peça-chave para a indústria da moda, do luxo e da publicidade. Minimizar isso por pura falta de cuidado na apuração é uma falta de respeito com as profissionais que dedicam suas vidas a essa carreira.

E é por isso que os profissionais da moda estão de saco cheio. Não é questão de moralismo ou julgamento de valores. É uma questão de dar a cada profissão o devido reconhecimento e respeito.

Então, fica o recado: mídia, bora corrigir esse erro. Modelo é quem trabalha com moda. E se não gostou, paciência, bebê. Aqui a gente entrega a verdade sem medo!
Atura ou surta, porque o House of Models não passa pano!
Foto: Reprodução
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