Se existe uma palavra que define o desfile de Rober Dognani e Felipe Fanaia na 54ª Casa de Criadores, essa palavra é impacto. Estamos falando de uma dupla que não brinca em serviço – eles elevam o conceito de “moda statement” a níveis estratosféricos, onde cada look é uma narrativa visual carregada de emoção, ousadia e, claro, aquele drama necessário para deixar todos de queixo caído.
Logo na entrada, o clima estava mais tenso que final de reality show. A trilha sonora, uma versão repaginada de “I Will Survive”, foi a trilha perfeita para a sobrevivência e reinvenção na moda, como se Gloria Gaynor estivesse ali, ao vivo, dando um empurrãozinho em cada look que cruzava a passarela. Porque, vamos combinar, sobreviver no mundo da moda é para poucos, e fazer isso com estilo é para menos ainda!
Rober Dognani e Felipe Fanaia sabem o que fazem, e fazem muito bem. Suas criações desafiam as proporções e subvertem as expectativas. Pegue, por exemplo, aquele blusão feito de colagens de camisetas de banda que se transformou num casaco de neoprene oversized. Ou melhor, olhe para as calças jeans que, de tão amplas, parecem quase flutuar no corpo das modelos. Estamos falando de peças que fazem o “oversized” parecer o novo preto – e quando bem feito, quem vai ousar discordar?
Agora, se você acha que exagero é problema, pense de novo. Um dos grandes momentos foi a aparição de uma calça bordada com mais de 10 mil cristais Swarovski, um brilho que cegaria até os mais desavisados. É como se cada peça gritasse “luxo” em alto e bom som – e que fique claro, é um grito que a gente adora ouvir.
Vamos falar de alguns momentos gloriosos que merecem destaque. Primeiro, temos aquele vestido longo, negro, fluido, de seda com fendas hipnóticas. É como se ele tivesse sido desenhado para uma heroína de filme noir, com uma aura de mistério e poder que só uma peça bem cortada pode proporcionar.
E que tal o look com o dramático casaco preto com bordados que mais pareciam filetes de luz caindo dos ombros? A peça exalava um mistério que nos fazia querer descobrir cada detalhe. Por baixo, calças cinza volumosas que criavam um contraste interessante, jogando com as expectativas de masculinidade e fluidez. Esse jogo de volumes, aliás, foi uma constante no desfile, nos mostrando que a moda é um campo aberto para experimentação.
E claro, o momento ápice: o gigantesco casaco preto que parecia engolir a modelo, quase como uma metáfora visual da moda que abraça, acolhe e ao mesmo tempo, desafia quem a veste. É a tradução literal do “quanto maior, melhor” e, no contexto da Das Haus, é uma provocação a que estamos dispostos a nos render.
E quem é que sobe na passarela celebrando nada menos do que 20 anos de carreira? Ela mesma, a inigualável Vivi Orth! E olha, se você achou que ela viria para jogar seguro, pode esquecer. Vivi deslumbrou o público em um vestido fúcsia que fez todo mundo lembrar por que ela é uma das grandes da moda. O corte impecável, a silhueta que abraça o corpo e o tom vibrante que parece gritar “olhem para mim” – tudo conspirou para que Vivi roubasse a cena, mostrando que duas décadas de carreira não são para qualquer uma, mas para uma verdadeira rainha da passarela. É o tipo de look que não só abala Bangu, mas coloca toda a cidade em estado de alerta fashion!
E por falar em impacto, não podemos deixar de falar desse verdadeiro avião que pousou na passarela da Das Haus. Carmelita Mendes, direto das passarelas do Dragão Fashion, em Fortaleza, fez uma aterrissagem triunfal no desfile da grife na Casa de Criadores. E o look? Um escândalo! Com um vestido arquitetônico feito de tiras de tecido que mais pareciam esculturas vivas, a peça se moldava ao corpo como se fosse parte da própria pele. Os paetês pretos, estrategicamente posicionados, brilhavam como estrelas numa noite de gala, refletindo luz por todos os ângulos enquanto Carmelita desfilava com uma confiança que só as grandes possuem. É aquele tipo de peça que faz você parar e olhar, porque é impossível não se perder nos detalhes. Um verdadeiro espetáculo visual, que mostra como a moda pode ser tanto arte quanto roupa.
Flávia Pommianosky e Davi Ramos orquestraram cada detalhe com a precisão de quem conhece o jogo e joga para ganhar. Um look que mistura jeans amplos com véus rendados de viúva e um boné ultramoderno? Só essa dupla para transformar essa combinação em algo que faz sentido, sem perder a elegância e o arrojo.
Rober Dognani e Felipe Fanaia mostraram que, mesmo após 15 anos de sucesso com a Das Haus, ainda têm muito a dizer – e o fazem de maneira tão contundente quanto um desfile de alta-costura em Paris. Essa coleção é um manifesto de estilo, um grito de guerra para aqueles que não têm medo de se destacar, que não se contentam com o comum.
Porque, no final das contas, moda é isso: uma arte que não pede desculpas, que não se esconde, que se mostra com todas as suas forças. Na Das Haus moda é para os corajosos, para aqueles que sabem que viver com estilo é mais do que se vestir – é uma declaração.
Foto: Divulgação – Ag. Fotosite
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