Queridos, preparem os corações fashionistas, porque o que rolou na passarela da Xyboia foi um verdadeiro baile de máscaras da nova masculinidade trans! E não, não estou falando de mais um desfilezinho básico com carão e poses ensaiadas. O estilista Jouth chegou como quem não quer nada e, do nada, deu um tapa de luva de cetim na cara da normatividade cis. Um desfile que mais parecia um ritual mágico, daqueles que evocam novos tempos e novas formas de ser.
Imagine uma festa à fantasia onde a ordem é quebrar as regras, misturar o high com o low, e fazer do “destroyed” o novo pretinho básico. Jouth e sua gangue fashionista trouxeram para a passarela uma explosão de referências – como se David Bowie em sua fase Ziggy Stardust tivesse encontrado Jean-Paul Gaultier em uma rave na década de 90. O resultado? Uma colagem desconstruída de tecidos, texturas e ideias que nos fez questionar tudo o que achávamos que sabíamos sobre masculinidade e moda.
O que dizer das peças? Amores, esqueçam a alfaiataria rígida e aquelas calças skinny que prometem sufocar até a última gota de expressão. Na Xyboia, o jogo é outro. Os looks foram compostos por camadas de tecidos que pareciam ter sido arrancados do armário de um personagem pós-apocalíptico de “Mad Max”, mas com o toque glam de uma festa no Studio 54.
A beleza? Bom, foi uma verdadeira ode ao caos organizado. Sheng Ou trouxe à tona uma estética que gritava liberdade, com make que variava entre o quase invisível e o statement poderoso. E o que dizer do styling de Agatah Bussman? A mulher brincou com o conceito de “tô nem aí” e provou que a moda não precisa ser polida para ser chic. Sabe aquela jaqueta rasgada que você deixou jogada no fundo do armário? Pois é, ela virou o must have da temporada.
E a trilha sonora? Jupiter e Alexia Manente nos embalaram com batidas que pareciam saídas de uma pista de dança de Berlim, misturadas com o charme vintage dos anos 80. Tudo isso para acompanhar os passos firmes e destemidos dos modelos que, aliás, estavam menos preocupados com passabilidade e mais interessados em mostrar que estão prontos para ocupar o espaço que sempre lhes foi negado.
Xyboia mostrou um mundo onde a masculinidade trans não precisa pedir licença, e onde a moda é um campo de batalha repleto de glitter, tecido rasgado e muita atitude. Jouth nos lembrou que a moda é, acima de tudo, expressão e resistência. E que, no fim das contas, o único limite é aquele que criamos para nós mesmos.
Então, meus amores, deixo aqui uma reflexão para levar pra casa: será que estamos prontos para abraçar o novo? Porque, se depender de Xyboia, o futuro da moda já chegou, e ele vem vestido de tudo o que a gente não sabia que precisava, mas que, agora, não consegue mais viver sem.
Foto: Divulgação – Ag. Fotosite
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