Querido leitor, segure firme porque vamos dar um mergulho nas profundezas da moda – e a água está bem mais quente do que você imagina. O desfile do Studio Ellias Kaleb na Casa de Criadores foi uma daquelas explosões de emoções que não se vê todo dia. É como se o estilista tivesse decidido chacoalhar nossas almas, transformar lágrimas em vestidos, e o resultado? Um show que poderia muito bem ter sido roteirizado por Almodóvar – dramático, visceral e absolutamente inesquecível.
Ellias Kaleb, o gênio que saiu lá de Rio Formoso, mas já conquistou o coração pulsante da noite paulistana, deu um tapa na cara do tédio com sua coleção “Lágrimas”. E, quando digo tapa, querido, é daqueles que fazem ecoar pelo salão! Com essa coleção, Kaleb não só destruiu todas as convenções estéticas como também as lágrimas contidas no fundo da alma – aquelas que você nem sabia que estavam lá.
Primeiro, vamos falar desse vestido vermelho que brilhou no desfile. Se o drama pudesse ser costurado, ele seria essa peça. Mangas bufantes que pareciam plumas de um flamingo pós-apocalíptico, uma textura que gritava “olhe para mim” e, claro, o tom vermelho que transbordava paixão – ou seria sangue? Este look flutuou, como uma deusa vingativa decidida a cobrar o que é seu.
Um vestido feito de tramas desfiadas, quase como se tivesse sido arranhado pelas garras do tempo. As franjas balançando ao ritmo da música quase fizeram a gente chorar de emoção, porque, sejamos sinceros, aquela cor de terracota nunca foi tão sedutora. Aqui, Kaleb nos mostrou que a dor pode ser linda, que as imperfeições são nossa beleza oculta.
E se você achou que o drama tinha acabado, pense novamente. O próximo look trouxe uma overdose de lilás – sim, a cor da realeza, mas desta vez com uma pegada punk que só o Ellias poderia imaginar. Parecia um cruzamento entre Marie Antoinette e Siouxsie Sioux, com uma textura que gritava excessos e um volume que só as verdadeiras divas podem suportar. E aqueles lábios escuros? A assinatura gótica que completou a revolução.
E a música, meu bem? Não era trilha sonora, era a alma do desfile. Tunuka, Samba de Ifé, Luciana Bueno/Negalu e Afrodida fizeram o público sentir cada nota, cada batida como se fosse um sussurro nas veias. A sinergia entre as criações e a música transformou a passarela em um palco de emoções cruas, como se cada passo dos modelos fosse um verso de um poema secreto.
E antes que você pergunte – sim, os sapatos eram um show à parte. Veggie Shoes, darling, porque estilo e sustentabilidade andam de mãos dadas! Se é para chorar, que seja em grande estilo, e de preferência sem prejudicar o planeta, certo?
Ellias Kaleb fez o que muitos tentam, mas poucos conseguem: transformou o desfile em uma experiência sensorial, um turbilhão de emoções que nos deixou de pernas bambas. E se tem uma coisa que aprendemos com ele é que, na moda, não existe regra. As lágrimas podem ser de dor, de alegria ou até de tédio – mas, com Kaleb, são sempre um grito de liberdade.
“Lágrimas” é um manifesto… É Kaleb dizendo ao mundo que a moda é mais do que roupa; é sentir, é viver, é se permitir ser vulnerável. E se no final de tudo restar apenas uma lágrima escorrendo no canto do olho, que seja uma lágrima de quem entendeu que a moda é, antes de tudo, uma expressão da alma.
Então, você que está aí, de olho em cada tendência, não se esqueça: a moda não é só sobre o que está no cabide, mas sobre o que está no coração. E como diria a diva das divas, Diana Vreeland:
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