Adrian Appiolaza, o recém-nomeado diretor criativo da Moschino, fez sua estreia na Semana de Moda Masculina de Milão com uma explosão de cores e inovação, desafiando as normas de gênero e celebrando a liberdade de expressão. Desde que assumiu o cargo no início deste ano, Appiolaza tem se dedicado a criar “personagens em uma jornada de descoberta e exploração, se movendo de uma vida badalada para um paraíso escolhido”. Essa visão reflete não apenas uma nova era para a marca, mas também um retorno às raízes de Franco Moschino, que via a moda com um senso de diversão e irreverência impar.
“Quando se trata de moda, acho que o senso de diversão é muito importante no meu mundo psicológico”, afirmou. Essa filosofia ressoa profundamente com as ideias de Franco Moschino, conhecido por sua abordagem lúdica e inovadora na moda.
Embora tenha assumido a posição após a trágica morte de Davide Renne, Appiolaza não hesitou em mergulhar nos arquivos da nova Casa para buscar inspiração. Sua primeira coleção feminina, revelada em fevereiro, foi uma introdução rápida e bem sucedida à marca e uma oportunidade de explorar a história da Moschino de forma íntima.
O designer argentino traz consigo uma vasta experiência, tendo trabalhado com gigantes como Marc Jacobs, Chloé, Miu Miu e Louis Vuitton. No entanto, é sua confiança recém-descoberta e seus instintos aguçados que estão guiando sua jornada na Moschino. “Confiança é algo que estou dominando agora”, admitiu, ressaltando a importância do instinto para superar a insegurança que muitos criativos enfrentam.
Uma das decisões mais intrigantes de Appiolaza foi a de apresentar as coleções masculina e feminina juntas, uma escolha que ele descreveu como uma exploração instintiva. Evitando se comprometer a longo prazo, ele acredita que a Moschino “não é sobre gênero em geral”, refletindo a visão pioneira de Franco Moschino de brincar com as fronteiras entre roupas masculinas e femininas.
“Franco estava quebrando as regras, então se você tem a possibilidade, o instinto e a coragem para quebrar as regras, essa poderia ser uma regra que poderia ser quebrada.”
Para ele, não há separação entre as coleções masculinas e femininas, pois elas “podem ser mostradas juntas como uma só, para que todos se sintam familiares e se identifiquem.” A nova linguagem da Moschino, sob a direção de Appiolaza, convida todos a se divertirem, se sentirem livres e se vestir como quiserem. Sua meta é promover a “liberdade de expressão”, com coleções que refletem uma exploração interna e externa de liberdade.
Essa filosofia foi claramente visível nos looks que incluíram uma interpretação inovadora do terno e combinações de patchwork de seda com estampas ousadas, como ovos fritos, desfilado pela neo top Laiza de Moura, assim como uma homenagem a Chanel com direito ao famoso casaco da Maison francesa e pérolas.
Adrian Appiolaza, determinado a levar a Moschino a novos patamares, está honrando o legado de Franco Moschino enquanto infunde a marca com sua própria visão criativa. Assumindo o cargo pouco depois de sua nomeação, Appiolaza enfrentou prazos apertados e, em uma demonstração de adaptação e resiliência, trabalhou com a equipe de design utilizando tecidos já disponíveis na casa. Sua perspectiva inovadora e teatral combina referências do passado da marca com tendências atuais, criando personagens e contando histórias através das roupas que projeta.
Com uma década de experiência como diretor de design de ready-to-wear na Loewe, Appiolaza traz um histórico variado e distinto, reforçando sua escolha como líder da Moschino. Sua obsessão por roupas arquetípicas e ideias de moda reflete a mensagem que deseja transmitir em suas coleções, solidificando ainda mais sua identidade criativa na grife.
Foto: Divulgação
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