Na SPFW N57, a grife baiana Dendezeiro apresentou uma coleção que transcendeu o mero universo da moda. Com uma abordagem mais introspectiva e menos celebratória, os diretores criativos Pedro Batalha e Hisan Silva exploraram questões profundas: “Se a gente morrer, qual o impacto vamos deixar no mundo? E na moda?”.
Desde o seu nascimento, a Dendezeiro tem se destacado por suas roupas inspiradas em elementos tipicamente brasileiros, combinados com códigos de streetwear. No entanto, desta vez, a inspiração foi mais profunda e menos material. A coleção reflete os sentimentos internos de cada pessoa, explorando o que está dentro de nós.
Para representar essa dualidade entre o interior e o exterior, a grife trabalhou com sobreposições. Os looks apresentam dois cós e duas golas, desafiando as expectativas tradicionais de uma peça de roupa. Um blazer pode se transformar em calça, e uma gravata pode virar um top.
Apesar de algumas ideias promissoras, como os vestidos com cauda sereia e as jaquetas durags, a execução nem sempre atingiu o potencial máximo. No entanto, os pontos altos incluem experimentações de alfaiataria em tons escuros, com aplicações de flores.
Uma das campanhas mais marcantes da Dendezeiro foi a #RespeitaMeuCapelo, em parceria com a Vult. Nessa iniciativa, os estilistas criaram chapéus de formatura para atender diferentes formatos de cabeça nas faculdades brasileiras. Essa abordagem inclusiva e criativa reflete o compromisso da marca com a diversidade e a brasilidade.
A coleção da Dendezeiro na SPFW N57 não apenas trouxe moda, mas também provocou reflexões sobre nosso impacto no mundo e como a moda pode ser uma expressão de nossos sentimentos mais profundos.
Foto: Ag. Fotosite
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