Na efervescente atmosfera da São Paulo Fashion Week, o estilista Weider Silveiro trouxe à passarela uma coleção que é um verdadeiro diálogo entre o passado e o presente, entre a ancestralidade africana e a modernidade da moda contemporânea.
As peças apresentadas são uma ode aos contrastes harmoniosos. As estampas, que brincam com as semelhanças entre as estátuas gregas clássicas e ornamentos africanos, conferem aos vestidos fluidos um tom escultural, como se cada dobra do tecido contasse uma história milenar.
A silhueta da coleção oscila entre o ajustado e o oversized, com uma alfaiataria desconstruída que valoriza técnicas manuais como o crochê e o bordado tererê. Franjas adicionam suavidade e movimento, enquanto miçangas de diferentes tamanhos adornam as peças mais estruturadas, criando um efeito visual de rica textura.
Os drapeados, marca registrada de Silveiro, surgem em vestidos justos e longos fluídos, tops com enchimentos no decote e blusas assimétricas que prometem ser o must have da marca. O artesanato manual, uma paixão crescente do estilista, é maximizado e aplicado em conjuntos, micro sutiãs e saias midi, demonstrando a versatilidade e o cuidado nos detalhes de cada peça.
A estampa digital de Cariátide, a Vênus Grega esculpida, é reinventada com escarificações, uma técnica que cria cicatrizes na pele, simbolizando a força e a beleza das marcas que carregamos. A escarificação é reinterpretada em estampas e texturas que evocam a identidade e a expressão cultural africana. Na moda, essa prática é simbolizada de forma não invasiva, através de padrões que imitam as cicatrizes tradicionais, conferindo significado e conexão com as raízes culturais. Weider utiliza essa inspiração para criar peças que são verdadeiras obras de arte, refletindo a força e a beleza das histórias que cada marca carrega. Vestidos com tubos agigantados representam os ornamentos africanos, uma homenagem à cultura que Weider Silveiro explora pela terceira vez.
A trilha sonora do desfile acompanha o tema, com batuques que envolvem a apresentação, evocando o espírito vibrante da coleção. Weider Silveiro não apenas apresentou uma linha de roupas; ele contou uma história, celebrou uma cultura e, acima de tudo, honrou suas raízes, mostrando que a moda é, e sempre será, um poderoso meio de expressão cultural.
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Foto: Ag. Fotosite
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