Reinaldo Lourenço, um dos poucos estilistas brasileiros com o seu próprio ateliê, está desbravando novos horizontes em sua linha couture. O estilista apresentou o seu segundo desfile, após uma bem-sucedida estreia no ano passado. Seus vestidos com estampa de leopardo, meticulosamente bordados com canutilhos pretos ao longo de 15 dias, e os blazers trompe l’oeil com pespontos são testemunhas da paixão e dedicação que permeiam cada peça. Este aniversário é mais do que uma celebração pessoal; é um tributo à moda e à indústria brasileira.
No último domingo, o mestre da moda Reinaldo Lourenço desfilou sua segunda coleção Couture, comemorando quatro décadas de pura classe e estilo. Conhecido carinhosamente como “Rei”, o estilista merece todos os aplausos que recebeu após o desfile, realizado no incrível Auditório Simon Bolívar, no Memorial da América Latina, em São Paulo.
A coleção Couture é um mergulho na alta moda, nos moldes da haute couture francesa, onde cada peça é uma obra-prima. Bordados meticulosos, tecidos selecionados a dedo e um toque de luxo festivo elevaram o ânimo da passarela, a transformando em um verdadeiro espetáculo de elegância.
Antes mesmo das luzes se acenderem, a energia era incrivelmente palpável. Enquanto os convidados tomavam seus lugares em cadeiras transparentes, um cronômetro no telão mantinha todos na expectativa. Às 18 horas em ponto, como prometido no convite, o show começou, e que show!
A abertura do desfile foi um vídeo em preto e branco, onde a modelo Maria Klaumann ganhava virtualmente as famosas pintas de leopardo, estampa-chave da coleção. A clássica oncinha, impressa em seda e rebordada à mão, é um tributo ao artesanato refinado que permeia cada peça de Lourenço.
O desfile foi um verdadeiro desfile de habilidades artesanais, com destaque para as saias evasê imponentes e os vestidos volumosos, prontos para roubar a cena em qualquer festa badalada.
A presença de celebridades e ícones da moda em um domingo frio e chuvoso é um testemunho do prestígio de Lourenço. Glória Pires, Erika Hilton, Costanza Pascolato e tantos outros nomes de peso abrilhantaram o evento com seu estilo único.
Ao celebrar seus 40 anos de carreira, Lourenço não só olha para trás com gratidão, mas também abraça o futuro com entusiasmo. Em suas próprias palavras:
“Neste mundo digital e individualista, onde roupas são criadas, consumidas e descartadas em tão pouco tempo, proponho uma reflexão sobre o melhor caminho a seguir.”
O desfile, cheio de alfaiataria impecável, estampas de oncinha, plumas e transparências, é uma homenagem à era dos anos 50 de Charles James, um dos ícones mais influentes da moda do século 20. Com essa segunda incursão na alta-costura, Reinaldo Lourenço prova que a excelência não é exclusividade das marcas internacionais, e que a couture brasileira é uma força a ser reconhecida, bela e consistente em sua própria essência.
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