Uma das mais aguardadas do line up da semana de moda de Milão, a grife Prada mostrou uma coleção em que revisita seu passado, com inspiração nos uniformes usados por soldados e enfermeiras em guerras.
“O que mais me importa agora é dar importância ao que é modesto, valorizar trabalhos modestos, trabalhos simples, e não apenas a extrema beleza ou glamour”, revela Miuccia Prada.
O desfile da Prada já começa minuciosamente com a proposta de Miuccia Prada e Raf Simons, em mostrar uma coleção em que ostenta a simplicidade do novo luxo ao abrir sua apresentação com uma saia de seda branca mediana e adornadas com flores de origami, folhas e shurikens; em um salto alto com pétalas de couro de origami. Uma combinação perfeita para finalizar com um casaco cinza de gola simples de caxemira.
Descodificar as propostas para o inverno 2023 da Prada é como nos deparar com pequenas surpresas ao longo do caminho e a moda da grife italiana nunca esteve tão alinhado a cultura japonesa, embora a marca faça bastante barulho na terra do Sol Nascente. Salto alto minuciosamente feitos de origami, assim como mini saias de seda branca acompanhadas por blazer de camurça dão um ar marcial em uma nova Prada que tenta se encontrar diante do amadurecimento da house italiana.
Um destaque especial vai para a moderna alfaiataria proposta pela dupla Miuccia + Raf, com uma camisa longa que de tão grande precisou ser amparada pela modelo que desfilava. Não fugindo do universo maximalista que emplacou em várias passarelas, blazers que mais pareciam terem saídos do armário do namorado de tão grande e de um caimento único, em tons do momento como vermelho, rosa e azul.
Os uniformes são representações indumentárias de cuidado e responsabilidade, transformadas utilizando a linguagem estética da roupa de noite. Os vestidos de noiva, símbolos do amor, tornam-se trajes do dia-a-dia, as suas saias propostas com camisolas como uma nova forma de vestir quotidiano.
Não esquecendo dos acessórios, com bolsas em estilo triangular, que remete o logo da casa italiana, que dessa vez também foi vista logo depois no desfile da Gucci, que sem um diretor criativo, também revisitou seu passado a lá Tom Ford e apresentou as famosas bolsas triangulares em sua nova coleção de inverno.
Os modernos volumes envolventes remodelam os casacos clássicos de alfaiataria, que já foi proposto no guarda roupa masculino; aquela boa proteções de enchimento na parte de baixo que deixa tudo quentinho. Peças de couro e camurça se inspiram em roupas de proteção na qual remete muito conforto. As flores, símbolos de afeto, evocam simultaneamente o ofício da moda, outro gesto de cuidado, em uma coleção repleta de afeto.
Estar no seleto casting da Prada é de fato um fator que abre muitas portas na carreira de qualquer modelo e o desfile contou com tops de peso como Gigi Hadid, Kendall Jenner, Liu Wen e a brasileira Kerolyn Soares, única brasileira no desfile de Miuccia Prada.
Nascida no pequeno município de Naviraí, Kerolyn Soares vem agitando o mercado mundial da moda, sendo eleita uma das 50 modelos mais importantes do mundo, de acordo com o famoso ranking do site Models.com – referência do segmento que a elegeu Kerolyn entre as modelos mais importantes da atualidade.
Aposta da Another Agency, de Anderson Meyer e Luiz Pretti, Kerolyn foi descoberta em 2018 e, desde então, coleciona trabalhos para a Prada.
“Prada foi a primeira marca que fiz quando comecei minha carreira internacional, quatro anos atrás. Desfilar para eles novamente significa muito para mim. Significa muito para minha carreira.
Eu estou muito feliz e grata por este momento e só tenho a agradecer pelo apoio”. Diz a top Kerolyn Soares.
Foto: Divulgação/Prada
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